O Estado de S. Paulo

Com gritos e explosões, batalha de robôs agita a Campus Party

Equipes, formadas por estudantes de engenharia de todo o País, disputam torneio que termina hoje

- Matheus Mans

Gritos frequentes, que ecoam por todo o Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, serão ouvidos durante os últimos dias na Campus Party, evento de tecnologia que termina amanhã, em São Paulo. Engana-se quem pensa que o motivo é a presença de personalid­ades internacio­nais. Na verdade, são as torcidas das batalhas do campeonato de robôs. Nessas disputas, as máquinas se enfrentam em duras brigas, que terminam em explosões de óleo, máquinas destruídas e, é claro, a ale- gria da plateia.

“É muito divertido”, diz, empolgado, o estudante de engenharia Igor Cunha, de 20 anos. Estudante da Universida­de Federal de Lavras, em Minas Gerais. Ele é o líder da equipe Troia, que comparece ao evento pela quarta vez. “Somos novos neste mundo de batalhas de robôs. Algumas equipes tem 15 anos, 20 anos. Somos novos, mas já estamos batendo de frente”, diz ele.

Apesar do entusiasmo, Cu- nha mostrava um semblante preocupado e ansioso durante a entrevista ao Estado. Isso porque, em cinco minutos, seu robô Pegasus entraria na arena para competir contra o robô Maroto, do Centro Federal de Educação Tecnológic­a (Cefet) de Minas Gerais. Um vitória deixaria a equipe de Cunha a um passo do primeiro lugar na categoria “peso-pena”, cujo peso máximo é 13,6 quilos. “Estamos confiantes de que vamos conseguir vencer e avançar ainda mais nesta competição.”

No momento do embate, tensão. Enquanto o Cefet não tinha torcida, um grupo de cerca de 20 pessoas aplaudia e gritava ao ver Pegasus ser colocado na arena. Cunha não tirava os olhos do seu robô, que foi preparado durante meses por um grupo de cerca de 15 estudantes de engenharia. Rapidament­e, os si- nais ficaram verdes na arena e os robôs avançaram. Maroto, um pouco maior e mais lento, demorou para chegar perto de Pegasus, que se esquivou e deu um rápido empurrão no robô do Cefet.

Ao ver sua máquina acuada, o piloto de Maroto, o jovem Douglas Piva, ficou desorienta­do e Pegasus, sob a ordem de Cunha, fez o último movimento da luta e acabou com o rival.

A torcida da Universida­de Federal de Lavras foi à loucura. “Mais uma vitória”, gritou o grupo, em uníssono. Cunha correu para abraçar sua equipe.

A final da categoria peso-pena, que irá definir se Pegasus se- rá o vencedor, acontecerá hoje. Se isso ocorrer, a equipe Troia embolsará R$ 5 mil. Cunha diz estar preparado. “Queremos mostrar que temos capacidade nas batalhas de robôs.”

Veteranos. Mais do que o robô Maroto e a equipe do Cefet, Cunha quer mostrar que Lavras é um grande concorrent­e das equipes tradiciona­is, como a da Faculdade Politécnic­a da USP e a da turma de robótica do Centro Universitá­rio FEI, que têm 15 anos de experiênci­a nas guerras robóticas. As perspectiv­as são positivas.

A equipe agora estuda a melhor estratégia para vencer a competição. “Aqui é mais show do que outra coisa. São youtubers que decidem o vencedor do torneio. Existem outras competiçõe­s mais sérias e que são mais importante­s para nós”, diz Cunha.

De acordo com a organizaçã­o, 20 equipes se enfrentam na competição, que termina hoje. As batalhas acontecem na Open Campus, que tem entrada gratuita.

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NILTON FUKUDA/ESTADÃO - 1/02/2017 Preparação. Equipes ajustam robôs antes de entrar na arena

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