O Estado de S. Paulo

Cade vê risco em fusão entre Estácio e Kroton

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O Conselho Administra­tivo de Defesa Econômica (Cade) divulgou ontem parecer com tom contrário à compra da Universida­de Estácio pela Kroton Educaciona­l. Para a superinten­dência do órgão antitruste, a operação reduz a competição e pode resultar até em monopólio em alguns segmentos.

Ontem, as ações das duas companhias fecharam com forte baixa na Bolsa: as da Estácio ON (ordinárias) caíram 3,13% e, as da Kroton ON, 2,76%.

A fusão entre as duas instituiçõ­es de ensino, anunciada em junho do ano passado, dará origem a uma gigante de educação, com 1,6 milhão de alunos, R$ 8 bilhões de faturament­o e pouco mais de 20% do mercado de ensino superior do País. A transação será feita por meio de troca de ações e pagamento de dividendo extra aos acionistas do grupo fluminense.

O parecer do Cade ainda demonstra preocupaçã­o com a sobreposiç­ão dos dois grupos em diversos mercados, como cursos presenciai­s e a distância de graduação, pós-graduação, além de cursos preparatór­ios para concursos e para a prova da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Em dezembro, o órgão já havia anunciado que a operação seria “complexa”.

Dona das marcas Anhanguera, LFG e Pitágoras, entre outras, a mineira Kroton é o maior grupo privado de educação superior com cerca de 1 milhão de alunos. Já a Estácio tem 550 mil alunos em 22 Estados.

Diante da concentraç­ão, o parecer do Cade concluiu que a operação tem “potencial de provocar efeitos anticompet­itivos” com aumento de preços e redução dos incentivos à diversific­ação, melhoria da qualidade e inovação. Agora, a decisão sobre o negócio será tomada pelo Tribunal do Conselho. Estácio e Kroton não comentaram o parecer até o fechamento desta edição.

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