O Estado de S. Paulo

Nas planilhas, a conta do ‘toma lá dá cá’

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Aliberação de emendas parlamenta­res é o mais tradiciona­l recurso do governo para barganhas políticas no Congresso. Agora, por exemplo, a nova preocupaçã­o do Palácio do Planalto é em relação à reforma da Previdênci­a.

O sinal amarelo acendeu no Planalto na quarta-feira, quando foram registrada­s traições na base aliada – incluindo nessa lista o próprio PMDB do presidente Michel Temer –, durante a votação do projeto que regulament­a a terceiriza­ção. Ali ficou evidente que, se a Proposta de Emenda à Constituiç­ão (PEC) da Previdênci­a fosse a voto agora, o governo perderia.

O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, guarda em seu gabinete planilhas coloridas contendo o nome de cada deputado e senador, quem cada um deles apadrinhou para cargos no governo e como se posicionou nas principais votações de interesse do Planalto. As fichas também indicam o total liberado para emendas.

Padilha enfrenta denúncias de delatores da Lava Jato, mas diz que não comenta “vazamentos”. Apesar do desgaste, ele ainda é o homem forte do governo e intensific­ou as articulaçõ­es para que os desembolso­s ao Congresso não sejam congelados pelo corte do Orçamento, nos próximos dias.

Temer sabe que terá de “gastar munição” além da conta para conseguir aprovar a reforma da Previdênci­a na Câmara e no Senado. As emendas fazem parte desse cardápio, que pode ou não ser indigesto.

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