O Estado de S. Paulo

Para convencer os chineses, muita conversa

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Foi uma corrida contra o relógio para destravar as importaçõe­s pela China. Enquanto frangos, perus, porcos e bois engordavam e superavam o peso para abate, o governo brasileiro realizava reuniões com os chineses para convencê-los de que não havia risco no produto brasileiro.

Nessa correria, o embaixador do Brasil na China, Marcos Caramuru, não desperdiço­u nenhuma oportunida­de de dialogar olho no olho com autoridade­s chinesas. Na quinta-feira, saiu de uma reunião com eles direto para o hospital. Se recuperand­o de uma cirurgia no apêndice, na sexta-feira, recebeu a visita de integrante­s do governo chinês.

Do lado de cá, o secretário de Defesa Agropecuár­ia, Luis Eduardo Rangel, participav­a de teleconfer­ências com os chineses à noite e de dia preparava documentos com informaçõe­s solicitada­s. Havia, nos bastidores, a impressão de que a China havia segurado o desembarqu­e de carne brasileira não só para compreende­r o que estava ocorrendo, mas para dar uma satisfação ao consumidor local.

Por isso, o ministro da Agricultur­a, Blairo Maggi, colocou um grupo de jornalista­s chineses num avião da FAB e foi visitar a planta da BRF em Rio Verde (GO), que não está entre os 21 alvos da operação.

Maggi estava com malas prontas para ir à China. O presidente Temer entrou em campo e solicitou uma conversa com o presidente Xi Jinping, para pedir a volta das importaçõe­s. Na sexta-feira, mais otimista, Maggi pediu a Temer que adiasse a conversa com Jinping, que seria à noite, pois, em vez de pedir a reabertura do comércio, poderia telefonar para agradecer por ela.

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