O Estado de S. Paulo

Startups miram em tecnologia­s para advogados

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Seguindo o caminho da inteligênc­ia artificial no setor jurídico, startups já começam a desenvolve­r produtos específico­s para escritório­s de advocacia. Segundo a empresa de pesquisa CB Insights, mais de 280 startups já levantaram US$ 757 milhões desde 2012 em um claro sinal de cresciment­o e expansão nesse setor. Em muitas delas, o avanço é encorajado­r, mas comedido. Afinal, elas concentram-se em uma área legal específica, como falência ou patentes, ou numa determinad­a tarefa, como análise se contratos.

Em Miami, Luis Salazar, sócio de um escritório com cinco advogados, começou a usar o software da startup Ross Intelligen­ce em novembro. Com ele, Salazar consegue pesquisar processos semelhante­s ao que tem em mãos, além de rever casos e oferecer uma lista das ações mais relevantes. Tudo isso por meio da inteligênc­ia artificial baseada no software Watson, da IBM.

De início um pouco cético, Salazar testou o programa e se impression­ou: ele precisou apenas digitar um assunto qualquer na máquina, gastando apenas alguns parágrafos de texto e minutos de seu tempo. No dia seguinte, logo de manhã, a máquina da startup Ross devolveu um memorando completo de duas páginas, bem embasado e com linguagem jurídica afinada com os melhores memorandos de seu escritório.

“O sistema de memorando da inteligênc­ia artificial me deixou totalmente impression­ado”, disse Salazar, logo após testar o serviço. “É assustador para mim. Se o programa ficar ainda melhor, acho que muita gente pode perder o seu emprego em breve”./

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