O adeus de um pioneiro
Compositor e maestro, Olivier Toni, que morreu ontem aos 90 anos, foi figura-chave da música brasileira
Morreu na manhã de ontem, 25, aos 90 anos, Olivier Toni, responsável por trabalho pioneiro na cena musical brasileira. Compositor, maestro, pedagogo e pesquisador, ele ampliou fronteiras em todas as áreas em que atuou, movido por um olhar estruturante que permitisse, no dia a dia, a reafirmação do valor da arte, da música, e do investimento naquele que é a ferramenta de sua divulgação: o artista.
Toni começou na música pelo piano e, mais tarde, estudou fagote. Foi aluno de H.J. Koellreutter e Camargo Guarnieri. Na USP, cursou Filosofia, experiência que afirmava ter sido decisiva para o músico que ele se tornaria. “Um professor me perguntou uma vez: o que é a música? Isso me fez pensar. Na Filosofia, aprendi coisas que fizeram da minha vida uma luta incansável contra o poder”, dizia.
Toni foi responsável pela criação da Orquestra Sinfônica Jovem Municipal de São Paulo, da Orquestra de Câmara da USP, da Escola Municipal de Música de São Paulo, do Departamento de Música da ECA/USP, das Bienais Internacionais de Música da USP, do Festival de Prados. Como professor, orientou nomes como Régis Duprat, Gilberto Mendes, Willy Corrêa de Oliveira, Fabio Mechetti, Flo Menezes, Fabio Zanon e Claudio Cruz, entre outros. Seu trabalho como compositor foi celebrado, em 2014, com o lançamento de um disco com obras suas pelo Selo SESC.