O Estado de S. Paulo

Rock, indie, suor e filas de até uma hora

Lollapaloo­za faz bem ao unir tribos, mas demora nos serviços atrapalha

-

Foram as baquetas de Lars Ulrich espancarem seus tambores pela primeira vez que um minicaos se instalou na lateral do palco principal do Lollapaloo­za Brasil, neste sábado, 25. Fãs posicionad­os no lado direito do Palco Skol se apressaram para o início violento de Hardwired, uma das músicas do novo disco da banda, lançado no ano passado. Corriam de um lado para o outro, na esperança de ver James Hetfield, vocalista da principal banda da primeira noite de festival. Tudo se desembaraç­ou de forma pacífica, mas a cena presenciad­a pelo Estado foi simbólica para representa­r o sábado de muito contato físico e aperto, quando 100 mil pessoas estiveram no Autódromo de Interlagos. A título de curiosidad­e, no ano passado, foram 136 mil presentes divididos em dois dias.

Com show vigoroso, contudo, o Metallica se mostrou como uma das atrações mais potentes do dia, cujos destaques variaram entre a melancolia lírica do trio The xx, a fúria do Rancid, o pop radiofônic­o do The Chainsmoke­rs e a insanidade juvenil dos nem-tão-jovens-assim do Cage The Elephant. Hetfield espancou os ouvidos do público com clássicos: For Whom the Bell Tolls, The Unforgiven, Master of Puppets, Seek & Destroy, Nothing Else Matters, Enter Sandman. Com um cartucho de pancadas como essa, qualquer luta (ou show) tem sucesso garantido.

O debute da banda do porte do Metallica em um festival de origem alternativ­a mostra como os tempos são outros. É preciso vender ingresso e, convenhamo­s, colocar 100 mil pessoas no Autódromo é um feito e tanto – até mesmo o Rock in Rio, um dos melhores exemplos de um festival bem-sucedido, recebe no máximo 85 mil pessoas por noite. O evento carioca, contudo, presta atenção em um detalhe importante: é preciso criar espaço para que o público se movimente entre os shows. No Rio, limitaram a quantidade de público. Aqui, a sensação é que o local não suporta tanta gente.

O que leva o Lollapaloo­za a outra questão. Criolo só subiria ao Palco Axe, o segundo em importânci­a, em 15 minutos. Outro minicaos. Havia um fluxo intenso daqueles que queriam cruzar o Autódromo em direção a outros palcos, enquanto outros, no sentido inverso, vi- nham em direção ao palco do Criolo. A cena ocorreu às 18h30, mas poderia ter sido 17h34 ou 20h22.

Seja culpa dos excesso de público, seja falta de planejamen­to, os bares do festival sofreram um problema gravíssimo, que

 ?? SÉRGIO CASTRO/ESTADÃO ?? PPaannccaa­ddaa.. FFoorrççaa ddoo Meettaalll­liiccaa eessttáá nnooss cclláássss­iiccooss eennffiill­eeiirraadd­ooss
SÉRGIO CASTRO/ESTADÃO PPaannccaa­ddaa.. FFoorrççaa ddoo Meettaalll­liiccaa eessttáá nnooss cclláássss­iiccooss eennffiill­eeiirraadd­ooss
 ?? SERJÃO CARVALHO/ESTADÃO ?? Emotivo. Romy, do The xx, mostrou canções melancólic­as
SERJÃO CARVALHO/ESTADÃO Emotivo. Romy, do The xx, mostrou canções melancólic­as

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil