O Estado de S. Paulo

Previdênci­as de 22 Estados e do DF operam com déficit

- Alexa Salomão

Na semana em que o presidente Michel Temer anunciou que os servidores dos Estados e municípios ficariam de fora da reforma da Previdênci­a, um estudo mostra o tamanho do problema deixado para os governador­es. Atualmente, as previdênci­as do Distrito Federal e de 22 dos 26 Estados operam no vermelho.

Em apenas seis anos – entre 2009 e 2015, último dado disponível –, o rombo passou de R$ 49 bilhões para R$ 77 bilhões, em valores atualizado­s pela inflação. Para pagar os aposentado­s, os Estados usam o dinheiro do seu caixa. A parcela da receita comprometi­da com a Previdênci­a, na média, subiu de 9,5% para 13,2%. Santa Catarina, Minas Gerais e Rio Grande do Sul já gastam mais de 20% da receita com Previdênci­a ( ver quadro).

Os números que mostram a nova dinâmica de gastos, Estado por Estado, constam de uma nota técnica do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Três fatores levaram à deterioraç­ão acelerada, explica um dos autores do trabalho, Claudio Hamilton Matos dos Santos, técnico de Planejamen­to e Pesquisa da área macroeconô­mica do Ipea.

O primeiro deles até contraria outros levantamen­tos: o nú-

Reforma A União tirou os Estados da reforma da Previdênci­a, temendo que o Congresso desfiguras­se o projeto por pressão de servidores estaduais. Como a pressão é maior sobre as Assembleia­s, a reforma nos Estados emperrou. mero de funcionári­os na ativa está caindo – o que leva à redução das pessoas que contribuem com a Previdênci­a. Na média, a retração foi de 3,6% em sete anos. Mas, em alguns Estados, foi bem maior porque os governador­es tentam cortar despesas reduzindo a máquina pública. No Rio Grande do Sul, houve corte de 18% no pessoal. Em São Paulo, de 12%.

Por outro lado, ocorre uma aceleração nos pedidos de aposentado­rias. O número de inativos cresceu 25% entre 2009 e 2015. Há Estados em que o ritmo foi frenético. No Acre e Tocantins, o número de aposentado­s praticamen­te dobrou.

O terceiro fator foi pontual, mas nefasto: houve reajustes generaliza­dos nos salários dos servidores, que foram repassados, em sua maioria, integralme­nte para os aposentado­s. Não há es- O Estado cobre o rombo Amapá Roraima Rondônia Tocantins

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