PODERES DA REPÚBLICA
Mudanças
Provavelmente quando Juscelino Kubitschek e Oscar Niemeyer conceberam Brasília, criando a morada dos três Poderes, jamais imaginariam que os futuros entes de cada um iriam imiscuir-se no outro da maneira que hoje é feito, comprometendo a independência institucional. É o que se percebe, por exemplo, quando ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) vem a público defender o voto em lista fechada, que privilegiaria caciques do Legislativo e Executivo comprometidos na Operação Lava Jato, ou até mesmo a anulação de delações premiadas, como se fossem advogados de defesa deles (vide o recente embate com a Procuradoria-Geral da República). Fora a clássica influência do Executivo sobre o Legislativo, com o poder econômico da liberação de verbas para que se aprovem leis de seu inte- resse. Diante disso, ou seja, dessa proximidade física facilitadora de conluios palacianos, sugiro que o STF permaneça em Brasília, o Congresso Nacional migre para Manaus e o Palácio do Planalto se mude para os Pampas. JOSÉ EDUARDO ZAMBON ELIAS zambonelias@hotmail.com Marília
Piada de salão
“Todo o poder emana do povo”, esse é um tema que estão tentando fazer virar piada de salão para os nossos políticos, cujo corporativismo os une à grande maioria no Congresso para preservarem a impunidade e fugirem da lista de Janot. Evitam as reformas que cortam seus privilégios com o governo e este tem interesse em privilegiá-los para manter a base aliada. A reforma política deles fala em financiamento público de campanha e, agora, em lista fechada. Quem do povo pediu essas medidas? Ora, isso só serve para afastar o povo do poder que dele deveria emanar! ARCANGELO SFORCIN FILHO arcangelosforcin@gmail.com São Paulo Equívocos em série
Mesmo sendo o único intelectual da História do Brasil a exercer a Presidência da República, o sr. Fernando Henrique Cardoso não desencadeou uma solução definitiva para os problemas da educação brasileira. Em consequência, o País continua um dos últimos colocados na consagrada classificação do Pisa. O sr. Fernando Henrique permitiu ou contribuiu para que o sr. Lula da Silva se elegesse para sucederlhe. Ademais, não usou sua liderança para propor o impeachment do sr. Lula em 2006. As consequências das gestões petistas no Brasil são uma catástrofe histórica sem precedentes. E o que é mais grave: puseram a sociedade em estado de descrença, desesperança e desatino. Não é novidade que o sr. Fernando Henrique tenha previsto o insucesso da candidatura e eleição do sr. João Doria, em São Paulo – que fique claro: não conheço o prefeito paulistano nem tenho procuração, vocação e interesse em defendê-lo. Não é novidade, pois, que o sr. FHC cometa equívocos. Melhor faria se nos poupasse de conhecê-los. Afinal, estamos fartos de líderes que não cumpriram seu papel quando abraçaram o maior cargo da República e teimam em continuar exercendo papel para o qual não foram investidos. ALÉSSIO RIBEIRO SOUTO souto49@yahoo.com Brasília
Líder, gestor ou impostor?
Segundo Fernando Henrique Cardoso, para ser presidente da República o candidato precisa ser líder, e não um gestor. Será que precisamos de um líder que saiba ratear os valores arrecadados por meio de caixa 1, caixa 2, propinas, pixulecos, etc., entre os partidos e políticos, em nome de uma tal de governabilidade, ou merecemos um gestor, que fa- ça parcerias com a iniciativa privada e juntos (governo e empresas) levem o Brasil pra frente? Já tivemos muitos líderes, agora queremos um gestor. E tomara que o gestor vença o impostor. MARIA CARMEN DEL BEL TUNES carmen_tunes@yahoo.com.br Americana