Governo vai apoiar fim do imposto sindical
Incomodado com as críticas de sindicatos ao projeto de terceirização aprovado pelo Congresso, o governo vai dar o troco e apoiar o fim do imposto sindical. A medida será incluída no texto da Reforma Trabalhista em discussão na Câmara e conta com o apoio de parte da bancada governista. O Brasil tem hoje 17.068 entidades sindicais, enquanto países como Alemanha têm oito e a Argentina, perto de 60. Nos últimos cinco anos, sindicatos patronais e de trabalhadores amealharam R$ 15 bilhões com o desconto obrigatório de um dia de serviço.
O fim da contribuição sindical pode ser definido por meio de projeto de lei, bastando os votos da maioria dos presentes para derrubar a obrigatoriedade da cobrança.
Eliseu Padilha, Moreira Franco e Antonio Imbassahy farão hoje nova rodada de conversas individuais com os ministros. O governo exige que eles garantam os votos dos seus partidos nas reformas e nos projetos de interesse do Planalto.
As reuniões separadas serão na residência oficial da presidência da Câmara. O sinal vermelho acendeu com o placar da votação do texto da terceirização, aquém do esperado. Foram chamados só os ministros com bancada.
Ministros políticos do governo trabalham para o presidente Temer sancionar o projeto de terceirização sem vetos para não irritar a Câmara.
Estados e municípios agradeceram ao governo a decisão de definir um prazo de seis meses para que façam suas reformas de previdência. Encontraram a desculpa para adotar as regras federais sem se indispor com o funcionalismo.
Ninguém acredita que em seis meses sairá uma reforma. Quem não fizer a mudança no prazo terá de seguir as rígidas regras federais. Tudo o que muitos governos e municípios querem.
Defensores no governo da presidente do BNDES, Maria Silvia, lembram aos empresários que ela foi indicada por Paulo Skaf, da Fiesp.
O posicionamento das igrejas contra a Reforma da Previdência preocupa (e muito) o Planalto. Até o ministro da Indústria, Marcos Pereira, que é pastor, disse a aliados precisar de um discurso mais convincente para defender a medida aos fiéis.
Alvos de inquérito que apura corrupção envolvendo a UTC Engenharia nas obras de Angra 3, os ministros do TCU Aroldo Cedraz e Raimundo Carreiro se ausentaram da votação que declarou a empreiteira inidônea. Ambos negam irregularidades.
Em depoimento ao TSE, Marcelo Odebrecht revelou que tinha tanta influência no governo, que a Marinha o acionava para liberar recursos do programa de submarino.
O ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, determinou o cercamento das áreas onde estão as seis bombas de sucção ao longo da transposição do Rio São Francisco. Desde janeiro, três pessoas já morreram afogadas no Velho Chico.
A Comissão de Ética Pública da Presidência deve arquivar o pedido de investigação contra o ministro da Justiça. Osmar Serraglio, flagrado em interceptação telefônica da Operação Carne Fraca conversando com um dos chefes do esquema. A avaliação é que se trata de fato anterior à nomeação dele.