O Estado de S. Paulo

Ministro entrega relatório e pede que caso entre na pauta

Relator do processo encaminha documento aos colegas; data do julgamento será definida pelo presidente do TSE

- Rafael Moraes Moura Beatriz Bulla

O julgamento da ação que apura se a chapa de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) cometeu abuso de poder político e econômico para se reeleger em 2014 pode começar já na próxima semana, informou a assessoria de imprensa do Tribunal Superior Eleitoral.

O relator da ação, ministro Herman Benjamin, encaminhou ontem aos outros seis integrante­s da Corte Eleitoral um relatório final de 1.086 páginas que resume os principais pontos do processo.

“Reitero a V. Exa. que os autos estão disponívei­s, em sua integralid­ade, em arquivo virtual do Tribunal Superior Eleitoral, com livre acesso aos ministros da Corte, mediante login e senha de acesso restrito. Requeiro, assim, a inclusão do feito em pauta para julgamento, nos termos da legislação”, escreveu Herman Benjamin ao presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes.

Voto. Ainda ontem, o relator telefonou para Gilmar para comunicá-lo que está finalizand­o o voto. Fontes que acompanham as investigaç­ões dão como certo que o relator vai se posicionar a favor da cassação da chapa Dilma-Temer e contra a sua divisão.

Os depoimento­s de delatores da Odebrecht colhidos pelo TSE neste mês deram gravidade à ação, na avaliação de ministros da Corte ouvidos reservadam­ente pelo Estado. Mesmo assim, nos bastidores, cinco ministros ressaltam que é necessário considerar a estabilida­de política do País no julgamento da ação.

Em entrevista ao Estado publicada na quinta-feira passada, Herman Benjamin disse que não aceita que o “argumento poderoso dos fatos seja derrotado por fundamento­s que não têm sustentaçã­o, exceto no jogo do poder”.

Durante a conversa com o rela- tor, Gilmar informou que, com o processo incluído em pauta, convocará sessões extraordin­árias para o julgamento. Amanhã termina o prazo para a manifestaç­ão final do Ministério Público Eleitoral – a data do julgamento deverá ser marcada apenas depois de o MPE encaminhar ao TSE suas alegações finais.

Benjamin vinha manifestan­do nos bastidores o desejo de levar o caso ao plenário antes da saída do ministro Henrique Neves, que deixará a corte em 16 de abril.

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ANDRÉ DUSEK/ESTADÃO - 21/2/2017 Relator. Ministro Herman Benjamin em evento no Senado

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