Londres afasta elo de terrorista com EI
Autoridades conheciam desde 2010 interesse pela jihad de suspeito do ataque que matou 4 pessoas diante do Parlamento; 2 seguem presos
Autoridades britânicas descartaram ontem ligação entre o suspeito do ataque ao Parlamento britânico, na semana passada, e o grupo terrorista Estado Islâmico, que reivindicou a autoria do atentado. Khalid Masood, morto pela polícia durante o ataque, era conhecido pela polícia britânica como um extremista em potencial desde 2010.
“Ele claramente tinha um interesse na jihad, mas não há provas que sustentem que ele tenha discutido o plano com terceiros”, disse o vice-comissário da Polícia Metropolitana de Londres, Neil Basu.
Quatro pessoas morreram no ataque ao Palácio de Westminster, após Masood jogar um carro contra pedestres e esfaquear um policial antes de tentar invadir o Parlamento. O suspeito foi morto pela polícia. Antes da ação, ele mandou mensagens pelo WhatsApp.
“Os métodos dele pareciam ser pouco sofisticados, mas eles copiavam a retórica do Estado Islâmico”, afirmou o porta-voz. Ao todo, nove pessoas foram liberadas pela polícia após terem sido detidas por suspeita de estarem vinculadas ao ataque. Duas permanecem sob custódia.
Basu pediu que qualquer pessoa que tenha estado em contato com Masood no dia do ataque se apresente às autoridades britânicas, enquanto a polícia tenta reconstituir seu percurso pouco antes do atentado e entender seus motivos.
Militância. Masood era conhecido como um extremista em potencial desde 2010, de acordo com o jornal The Guardian. O nome de Khalid Masood chamou a atenção do MI5, o serviço secreto interno britânico, há sete anos, depois que ele retornou ao Reino Unido vindo da Arábia Saudita, onde havia dado aulas de inglês. Com o tem- Além disso, foi constatado que o agressor, de 52 anos, ficou na Arábia Saudita entre 2005 e 2009 antes de retornar à cidade britânica de Luton para ensinar inglês.
O jornal Sunday Times informou que o grupo jihadista AlMuhajiroun – “Os Imigrantes” –, liderado por Anjem Choudary, estava ativo na região na época. Masood foi considerado suspeito em razão de sua ligação com as pessoas que estavam sendo investigadas pelo MI5 na ocasião.
Há uma crescente pressão na imprensa da Grã-Bretanha e nas redes sociais para encontrar uma explicação oficial so- bre o grau de monitoramento sobre Masood e por que a vigilância sobre ele foi interrompida pelos serviços de inteligência.
Condenação. Janet Ajao, a mãe de Masood, publicou ontem uma declaração em que condena o ataque que a deixou “chocada” e “atordoada”. Entre 1983 e 2003, Adrian Russell Ajao, conhecido como Adrian Elms ou Khalid Masood, foi condenado por assalto, posse ilegal de armas e por perturbar a ordem pública. Casado e com três filhos, ele vivia em Birmingham, no centro da Inglaterra.