Venezuela indica que não chamará eleição
A Venezuela indicou ontem que não tem disposição de cumprir as exigências do secretáriogeral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, de libertação de presos políticos, respeito às decisões da Assembleia Nacional e convocação de eleições. Nenhum desses pontos foi mencionado em pronunciamento de 45 minutos feito pela chanceler do país, Delcy Rodríguez, durante encontro do Conselho Permanente da instituição.
Em Caracas, o número 2 do chavismo, Diosdado Cabello, disse que não é possível realizar eleições nas circunstâncias atuais. “Não há partido de oposição. Como vamos realizar eleições aqui?”, questionou em entrevista coletiva. “Depois se queixam que há eleições só com o PSUV (Partido Socialista Unido de Venezuela), que é o único partido legal”, observou, em referência à legenda oficial.
Delcy usou o discurso para realizar seu mais violento ataque contra o secretário-geral da OEA, que estava sentado a seu lado. “Almagro é um mentiroso, desonesto, malfeitor e mercenário”, declarou. Há duas semanas, ele divulgou um relatório em que pede a suspensão da Venezuela, caso o país não realizasse eleições no prazo de 30 dias, proposta não discutida pelos membros.
Em resposta à posição de Almagro, um grupo de 14 países, entre os quais o Brasil, divulgou uma declaração, na semana passada, que afirma ser “urgente” a libertação de presos políticos, o respeito às decisões da Assembleia Nacional e o estabelecimento de um calendário eleitoral. Mas o documento ressaltou que a suspensão de um país-membro é o “último recurso”.