O Estado de S. Paulo

Neymar volta a ser capitão depois de sete meses

Craque, que se considera na melhor fase da carreira, não exercia a função desde o fim da Olimpíada do Rio

- Ciro Campos Leandro Silveira

Um Neymar na melhor fase da carreira, mais maduro e menos no centro das atenções da seleção brasileira será o capitão da equipe hoje, contra o Paraguai, pelas Eliminatór­ias. Todas essas definições vieram do próprio jogador, que disse ontem viver o seu melhor momento.

O atacante do Barcelona receberá pela primeira vez a faixa depois da chegada do técnico Ti- te. O rodízio de capitães pela primeira vez vai contemplar o camisa 10, um prêmio para quem diz estar mais preparado.

“O importante é o modo de agir e de pensar, de melhorar, e eu venho melhorando em todos os quesitos. Me estressei muito com pancadas, mas hoje estou mais tranquilo. Me vejo mais centrado”, disse o jogador. “É o melhor momento da minha careira. Fico feliz e espero manter essa média elevada de partidas jogando bem”, afirmou. “A decisão que tomei após a Olimpíada foi pelo que houve e pelo que falavam. Senti que não era o momento de exercer essa função. Com os meses de trabalho do Tite, além de o grupo ser maravilhos­o, é por ele, vale qualquer esforço”, afirmou.

O artilheiro do Brasil nas Eliminatór­ias, com cinco gols, tem vivido um momento de menos holofotes. As boas atuações coletivas da equipe e situações como os três gols de Paulinho sobre o Uruguai tiraram do atacante do Barcelona o status de ser a única esperança da equipe para resolver as partidas.

Tite teve essa percepção e procurou nos jogos anteriores incentivar o espírito coletivo, antes de ver a seleção preparada para voltar a ter como capitão um Neymar mais experiente. “Ele merece a tarja, é um líder técnico, um garoto amadu- recendo com uma série de pessoas desumanas, com o enfoque que estava todo em cima dele. Ele passou por muita coisa”, elogiou o treinador.

O camisa 10 do Brasil tem excelente histórico na arena, onde jogou duas vezes. A primeira aparição dele foi na Copa de 2014, quando marcou dois gols na virada por 3 a 1 sobre a Croácia, na abertura da competição. O primeiro foi em um chute de fora da área para empatar a partida e o outro, já no segundo tempo, ao converter pênalti polêmico sofrido por Fred.

O retorno de Neymar ao local foi no ano passado, novamente com atuação decisiva, pelos Jogos Olímpicos. Nas quartas de final, contra a Colômbia, Neymar cobrou a falta que abriu o placar na vitória por 2 a 0. O resultado valeu a classifica­ção à semifinal do torneio.

O jogador de 25 anos tem 51 gols marcados em 76 jogos pela seleção. Neymar ressaltou que não procura se comparar a Messi e a Cristiano Ronaldo em uma eventual disputa para ser o melhor do mundo. “São dois craques em alto nível há dez anos. Os admiro, um está ao meu lado, venho aprendendo muito com ele. Só quero ser melhor do que eu, me superar todos os dias”, disse.

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WERTHER SANTANA/ESTADÃO Maturidade. Neymar diz se sentir mais preparado para ser capitão: ‘Me vejo mais centrado’

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