O Estado de S. Paulo

Samsung vai voltar a vender polêmico Galaxy Note 7

Smartphone, descontinu­ado após explosão de baterias, voltará às lojas depois de remanufatu­rado; marca não diz onde venderá produto

- Bruno Capelas Matheus Mans

empresa, por meio de nota.

Após o Galaxy Note 7 ser descontinu­ado, a Samsung havia dito que descartari­a os dispositiv­os afetados. No entanto, a companhia mudou de opinião após protestos de ativistas ambientais no Mobile World Congress (MWC), evento de smartphone­s realizado em Barcelona, na Espanha, em fevereiro. Segundo eles, um descarte desse porte poderia causar muitos danos ao meio ambiente.

A Samsung, porém, não informou de que maneira pretende reaproveit­ar os componente­s do Galaxy Note 7. Analistas indicam, no entanto, que a fabricante deve usar a carcaça e os componente­s internos do aparelho, trocando apenas a bateria – que foi a causa das explosões. A versão remanufatu­rada deve ganhar uma bateria menor e fabricada por outro fornecedor.

A companhia também pode usar ou vender componente­s reciclávei­s dos aparelhos, como microproce­ssadores e módulos de câmera, além de extrair metais usados no Note 7, como cobre, ouro, níquel e prata.

“O Galaxy Note 7 ficou marcado por este ponto negativo”, disse um analista de mercado ao Estado, que preferiu não se identifica­r. “Não consigo ver as pessoas investindo um valor alto no aparelho. Afinal, é um celular remanufatu­rado após um primeiro problema. É uma decisão de mercado muito arriscada para a Samsung, que deveria focar em seu próximo lançamento, o Galaxy S8.”

Fiasco. Em setembro de 2016, poucos dias após o lançamento oficial do Note 7, relatos começaram a surgir em redes sociais indicando que o aparelho estava superaquec­endo e, em al- guns casos, explodindo. Rapidament­e, a Samsung anunciou um recall global para tentar reparar a falha. No entanto, não deu certo.

A empresa substituiu rapidament­e o aparelho, mas novos casos de superaquec­imento e explosões ocorreram, envolvendo até mesmo novas unidades do produto. Nos Estados Unidos, um voo precisou ser cancelado após um aparelho soltar uma densa fumaça na aeronave e queimar o carpete.

A Samsung, por fim, resolveu descontinu­ar o celular cerca de um mês depois dos primeiros relatos. No total, a empresa teve de recolher 2,5 milhões de unidades do Galaxy Note 7 em todo o mundo – 1 milhão com usuários e 1,5 milhão com os va- rejistas.

Para colocar um fim na polêmica e nos problemas com a marca, a Samsung divulgou os motivos da falha de segurança em janeiro. Análises da sul-coreana e de pesquisado­res independen­tes não encontrara­m outros problemas nos dispositiv­os Note 7, exceto as baterias.

A empresa estimou um prejuízo de US$ 5,5 bilhões ao longo de três trimestres por problemas com o Galaxy Note 7.

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KIM HONG-JI / REUTERS - 2/9/2016 Troca. Fabricante Samsung deve substituir bateria para recolocar smartphone no mercado
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