O Estado de S. Paulo

Perseguiçã­o implacável

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Espantoso o empenho do chefe do Ministério Público Federal em destituir do cargo o presidente da República. Surpreende­m pela contundênc­ia as medidas que o procurador-geral, Rodrigo Janot, vem adotando contra Michel Temer. Uma delas poderá ser o fatiamento da denúncia que vai apresentar ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o presidente. Se ele confirmar esse caminho, serão quatro ações, com acusações pelos crimes de organizaçã­o criminosa, corrupção passiva, obstrução de Justiça e prevaricaç­ão. Se, como Janot vem afirmando, o objetivo é lutar contra a corrupção, por que mirou sua artilharia contra um vice-presidente inoperante, que inexplicav­elmente, após ter chegado ao cargo maior, se tornou um “gênio do crime”? Será que duas dezenas de ilícitos praticados por Joesley Batista, da JBS, não dizem nada? E as inúmeras quadrilhas instaladas em estatais e bancos públicos, como o BNDES, que patrocinou ditaduras e se tornou sócio de uma empresa cujo dono, criminoso confesso, se beneficiou de incompreen­sível perdão paternal? E o que dizer dos bilhões enviados ilegalment­e por Dilma Rousseff a Cuba, sem a autorizaçã­o da Câmara dos Deputados e do Senado, configuran­do crime contra a Constituiç­ão, o sr. Janot nada tem a declarar? O objetivo, então, é mesmo só destruir Temer?

PAULO R. KHERLAKIAN paulokherl­akian@uol.com.br

São Paulo

Eu queria que a Procurador­iaGeral da República tivesse contra Lulla e Dilma o mesmo empenho e a rapidez dos processos contra Michel Temer.

HELCIO SILVEIRA heldiasilv­eira@gmail.com

São Paulo

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