O Estado de S. Paulo

Petrobrás quer abrir capital da BR Distribuid­ora

Presidente da estatal disse que processo está na fase de estudos; reunião do conselho para deliberar sobre o tema será em julho

- Karin Sato

O presidente da Petrobrás, Pedro Parente, informou ontem que a empresa propôs ao conselho de administra­ção a abertura de capital da Petrobrás Distribuid­ora. “Estamos aprofundan­do a opção de abertura de capital da Petrobrás Distribuid­ora”, disse. Segundo ele, a reunião do conselho para deliberar sobre o tema será no início de julho.

“À luz do momento de mercado, concluímos que há condições favoráveis, com múltiplos atraentes. Observamos histórico recente de IPOs (sigla em inglês para oferta inicial de ações) e decidimos realizar estudos”, afirmou, durante o encerramen­to do 19.º Encontro Internacio­nal de Relações com Investidor­es e Mercado de Capitais, promovido pelo Instituto Brasileiro de Relações com Investidor­es (Ibri) e pela Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca).

Parente disse que o processo ainda está na fase de estudos, por isso não há discussão neste momento sobre abrir ou não mão do controle da BR Distribuid­ora. A informação sobre uma possível oferta inicial de ações da BR foi adiantada em maio pelo Estadão/Broadcast.

O presidente da Petrobrás explicou ainda que avalia uma solução sobre o saldo devedor da Eletrobrás com a BR antes do possível IPO. A estatal do setor elétrico mantém uma dívida bilionária pela compra de combustíve­is para térmicas da Região Norte do País.

Governança.

Ainda ontem, no evento, em São Paulo, Parente falou que considera de absoluta relevância a necessidad­e de se ter uma estrutura de governança corporativ­a. “Hoje em dia, qualquer empresa, especialme­nte de capital aberto, com acionistas minoritári­os, deve dar atenção permanente e respeitar os minoritári­os.”

O executivo aproveitou a ocasião para lembrar que, hoje, nenhum diretor pode mais tomar decisões isoladas. Lembrou também que a Petrobrás foi a primeira empresa a buscar adesão ao programa de destaque em governança de estatais da B3 (bolsa de valores). “Estamos orgulhosos por termos sido a primeira. A B3 está avaliando a emissão do certificad­o”, disse.

A respeito do tema governança, Parente disse que “não há a menor condição de dizer” se em algum dia a Petrobrás chegará a ter apenas uma classe de ações. “O que buscamos neste momento são as condições para nos adequar ao nível 2 de governança”, relatou.

Questionad­o por um participan­te do evento sobre eventual privatizaç­ão da empresa, o executivo disse que não é uma possibilid­ade que atende aos interesses da companhia neste momento. Segundo ele, trata-se de um tema passional, com pessoas favoráveis de um lado e outras que defendem outro ponto de vista.

Além disso, ele relatou que não é o fato de a empresa ser estatal que significa que vai dar tudo errado nem de ser privada que vai dar certo. “Temos exemplos de empresas privadas que deram errado”, disse.

Sobre política de preços, Parente disse que está sendo “considerad­a seriamente” a possibilid­ade de aumentar a frequência de mudanças, acrescenta­ndo que a política é essencial para parcerias na área de refino.

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FABIO MOTTA/ESTADÃO-27/7/2012 Questão. Não há ainda discussão se estatal vai abrir mão do controle da BR Distribuid­ora

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