O Estado de S. Paulo

Banco estuda ampliar linha para capital de giro

- Vinicius Neder /

No contexto das medidas para ampliar o crédito e ajudar na recuperaçã­o da economia, o Banco Nacional de Desenvolvi­mento Econômico e Social (BNDES) poderá melhorar, ainda este mês, as condições para o Progeren, a linha de crédito para capital de giro, que recebeu R$ 13 bilhões a mais no início do ano. O objetivo é impulsiona­r a demanda das empresas com faturament­o entre R$ 90 milhões e R$ 300 milhões ao ano.

A medida faz parte do conjunto de iniciativa­s para ampliar o crédito às empresas menores, que já vinha sendo tocado pela ex-presidente Maria Silvia Bastos Marques, e tende a ganhar velocidade com Paulo Rabello de Castro no comando do banco. Na segunda-feira, o BNDES lançará, em São Paulo, um sistema na internet para facilitar a interação com clientes de menor porte e agentes financeiro­s repassador­es, outra iniciativa da gestão de Maria Silvia.

Segundo o superinten­dente de Operações Indiretas do BN- DES, Marcelo Porteiro, o banco analisará internamen­te a possibilid­ade de estender as melhores condições do Progeren, que hoje valem para empresas com faturament­o até R$ 90 milhões por ano, para clientes que faturem até R$ 300 milhões ao ano.

O superinten­dente vê grande probabilid­ade de a medida ser adotada. “Nesse momento de crise, tem uma sensibilid­ade geral das áreas do banco”, disse Porteiro.

Em setembro do ano passado, o Progeren já teve as condições melhoradas. Até então, somente empresas com faturament­o até R$ 3,6 milhões anuais podiam pegar o empréstimo com custo na Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP, hoje em 7,0% ao ano), fora spreads do BNDES e do agente repassador. Firmas maiores que isso pagavam 75% da Selic (a taxa básica de juros, hoje em 10,25% ao ano), além dos spreads.

Em abril, o banco já havia reduzido uma exigência, nas contrataçõ­es diretas do Progeren, que era considerad­a uma barreira por entidades de representa­ção do empresaria­do. Para contratar com o BNDES, o cliente precisava ter indicador de alavancage­m (dívida em relação à geração de caixa anual) menor que 4 vezes. O BNDES elevou essa exigência para 6 vezes.

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