O Estado de S. Paulo

Governo pode reforçar tropa de choque na CCJ

- COM NAIRA TRINDADE ANDREZA MATAIS MARCELO DE MORAES COLUNADOES­TADAO@ESTADAO.COMPOLITIC­A.ESTADAO.COM.BR/BLOGS/COLUNA-DO-ESTADAO/

Se no plenário da Câmara a avaliação do Planalto é de que será fácil barrar abertura de processo contra Michel Temer no STF, na Comissão de Constituiç­ão e Justiça o governo pode enfrentar dificuldad­es. A pressão é maior porque o colegiado tem 66 deputados, ante os 513. Todos serão chamados nominalmen­te a se manifestar, o que deve influencia­r os votos consideran­do a proximidad­e da eleição de 2018. Caso a sessão seja aberta com 34 deputados, o mínimo necessário, é preciso que apenas 18 votem para aprovar a abertura de processo.

» Estratégia. O governo tem maioria na CCJ, mas seus principais interlocut­ores não descartam substituiç­ões a depender do teor da denúncia. Se vier muito pesada, serão convocados apenas os deputados que se sacrificam pelo governo.

» Resumo da ópera. A tropa de choque de Temer sabe que haverá defecções. “A se confirmar tudo que está sendo dito sobre Michel, como vai ficar num barco desses? Não dá”, diz um aliado com voto na CCJ.

» Só com traição. Os partidos de oposição, mais o independen­te PPS, do ex-ministro Roberto Freire, têm 13 votos na CCJ. Para aprovar a abertura de processo, precisa do apoio da base.

» Porta na cara. O STF não aceitou receber o resultado da perícia da PF nas gravações feitas por Joesley Batista após as 19 horas de ontem. Mas interlocut­ores da Corte buscaram extraofici­almente saber do resultado.

» Só alegria. Já na Procurador­ia-Geral da República, tinha plantão para receber o laudo. O documento garante fôlego a Rodrigo Janot, ao apontar que não houve edição nas fitas que embasaram a delação premiada de Joesley Batista.

» Tá difícil. Responsáve­l pelo setor que tem ajudado a puxar o PIB e o emprego, o Ministério da Agricultur­a vive tempos de penúria. Dos seis elevadores do prédio, só um funciona. Os demais esperam recursos para manutenção.

» Pindaíba. A falta de dinheiro afeta os reparos das salas que foram alvo de vandalismo em maio durante protestos das centrais.

» Eu que mando. Além de discutir o substituto de Leandro Daiello na PF, o ministro do GSI, Sérgio Etchegoyen, também tomou para si a decisão sobre o desconting­enciamento de recursos da corporação.

» Deixa comigo. A PF perdeu 40% do orçamento com o corte feito pelo governo. Desde então, é Etchegoyen quem discute quanto do valor será recomposto e não o Ministério da Justiça, ao qual é subordinad­a.

» Repilo. O ministro nega participar de discussão sobre troca na PF.

» Causa própria. Presidente do Conselho de Ética do Senado, João Alberto combinou com senadores próximos a Aécio Neves a estratégia de arquivar o pedido de cassação do mandato dele. Senadores avaliam que, assim, protegem seus próprios mandatos.

» Sedex. Envios de cocô, a exemplo do pacote recebido no gabinete de Rodrigo Maia, podem ser contratado­s em site português que faz entrega pelo mundo. O serviço custa 12,95 euros.

 ?? RAFAEL MORAES MOURA ?? » CLICK. Em exposição no Supremo, o artista Waldomiro de Deus retrata a Ilha de Patmos, a mesma que batizou a operação da PF que encurralou Aécio e Temer.
RAFAEL MORAES MOURA » CLICK. Em exposição no Supremo, o artista Waldomiro de Deus retrata a Ilha de Patmos, a mesma que batizou a operação da PF que encurralou Aécio e Temer.
 ??  ?? SINAIS PARTICULAR­ES. Roberto Freire, deputado e presidente nacional do PPS
SINAIS PARTICULAR­ES. Roberto Freire, deputado e presidente nacional do PPS

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil