Mercado estará atento a PGR e reunião do CMN
O mercado doméstico terminou a semana apreensivo com o cenário político, no aguardo da denúncia que a Procuradoria-Geral da República (PGR) deve apresentar contra o presidente Michel Temer nos próximos dias. Se houver a apresentação, o caso terá de ser analisado pela Câmara dos Deputados. A princípio, a expectativa é de que Temer teria força para barrar a ação no Legislativo. Porém, a percepção é de que o processo será longo e é difícil escapar de algum desgaste adicional, que pode enfraquecer ainda mais sua base de apoio na aprovação das reformas fiscais no Congresso.
Além disso, a reforma trabalhista começa a tramitar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, com previsão de votação até quinta-feira (29). No mesmo dia, a agenda traz ainda a reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) que decidirá sobre a meta de inflação. O objetivo de 4,5%, com margem de tolerância superior e inferior de 1,5 ponto porcentual, para 2018 deve ser reafirmado. Para 2019, o mercado crê que o conselho optará por reduzir a meta para 4,25%. Qualquer decisão diferente desta deve gerar impacto nos ativos financeiros.
Agrícolas. Os mercados de grãos na Bolsa de Chicago estarão atentos na semana que vem ao relatório de área plantada do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). No fim de março, o USDA previu que a área semeada com milho no país diminuiria 4% em relação ao ano passado, refletindo principalmente a expectativa de uma migração para a soja. Ao mesmo tempo, o governo dos EUA projetou um aumento de 7% da área plantada com a oleaginosa. O documento, que sai na próxima sextafeira (30), é bastante aguardado porque traz os números efetivos de plantio e mostrará se as previsões do USDA se confirmaram.