O Estado de S. Paulo

Saques do FGTS inativo injetaram R$ 7 bi no varejo

- Vinicius Neder / RIO

Os recursos das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) fechadas até dezembro de 2015, sacados após medida de estímulo do governo Michel Temer, provocaram um impacto positivo de R$ 7,2 bilhões nas vendas do comércio varejista em março e abril, segundo levantamen­to da Confederaç­ão Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgado ontem.

O valor injetado no varejo correspond­e a 43% do montante sacado, que somou R$ 16,6 bilhões, segundo a CNC, que cita dados da Caixa Econômica Federal. O valor correspond­e ainda a 6,2% das vendas nos segmentos do varejo impactados. Em abril, foram sacados R$ 11,1 bilhões das contas inativas do FGTS. Segundo a CNC, o valor é o dobro dos R$ 5,5 bilhões retirados em março. Com isso, abril registrou a maior parte do valor injetado no varejo, com R$ 4,56 bilhões.

De acordo com a CNC, três segmentos do varejo – do total de sete impactados positivame­nte – concentrar­am 80% do

uso dos recursos sacados: vestuário e calçados (R$ 2,9 bilhões), hiper e supermerca­dos (R$ 2 bilhões) e móveis e eletrodomé­sticos (R$ 802,5 milhões). Os três segmentos respondera­m por 80% do valor direcionad­o ao varejo.

O estudo correlacio­na o efeito da injeção dos recursos com o desempenho geral dos segmentos do varejo, conforme os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE).

O ramo de vestuário e calçados, por exemplo, teve altas nas vendas de 11,6% e 10,7%, respectiva­mente, em março e abril, ante iguais meses de 2016. “Esse ritmo de vendas não era percebido por esse ramo do varejo desde os primeiros meses de 2010 (+11,9%)”, diz uma nota divulgada pela CNC.

Supermerca­dos. Já no segmento de hiper e supermerca­dos, a alta de 3,5% nas vendas em abril ante abril de 2016 foi a maior nesse tipo de comparação para os últimos três anos. No ramo de móveis e eletrodomé­sticos, a queda de 0,1% nas vendas em abril sobre igual mês do ano passado não impediu que o bimestre março-abril tivesse o melhor resultado em três anos, conforme a CNC.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil