O Estado de S. Paulo

TCU defende ‘choque de gestão’ na Previdênci­a

- Idiana Tomazelli / BRASÍLIA

Resultado de uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) nas contas da Previdênci­a levou o presidente da corte, ministro Raimundo Carreiro, a defender um “choque de gestão” na área. No plenário, ele classifico­u como “inadmissív­eis” o aumento na inadimplên­cia das contribuiç­ões previdenci­árias, a sonegação de 70% na arrecadaçã­o do regime rural e o índice de sucesso de apenas 1% na recuperaçã­o da dívida previdenci­ária.

Carreiro relacionou o quadro detectado à rejeição da população à proposta de reforma da Previdênci­a e afirmou que a sociedade aceitará contribuir para a sustentabi­lidade das contas se houver garantia de boa gestão dos recursos. “A Previdênci­a precisa ter um choque de gestão e a sociedade estará mais convicta a dar sua parcela de contribuiç­ão à solvência da Previdênci­a Social se houver a certeza de que os recursos serão devidament­e geridos”, disse.

A área técnica do TCU iniciou a auditoria em janeiro, para subsidiar os debates em torno da Proposta de Emenda à Constituiç­ão (PEC) que pretende alterar as regras de aposentado­ria.

A Secretaria de Controle Externo da Previdênci­a, do Trabalho e da Assistênci­a Social, unidade responsáve­l pelo levantamen­to, corroborou argumento do governo de que há mudanças demográfic­as (devido ao envelhecim­ento da população) que justificam a reforma. Sem mudanças, os gastos podem chegar a 20% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2060. Mas o parecer atribuiu os problemas ao desenho da política previdenci­ária, que “em alguns aspectos favorece o desequilíb­rio entre receitas e despesas”. O parecer técnico foi ratificado pelo relator, ministro José Múcio Monteiro.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil