O Estado de S. Paulo

Construtor­a precisa de R$ 700 milhões para terminar obras

De 17 empreendim­entos em curso, 14 deles estão com canteiros parados por falta de recursos; no Rio a crise é mais aguda

- /C.B.

A PDG precisa de aproximada­mente R$ 700 milhões em novos empréstimo­s para terminar as 17 obras que ainda não foram entregues, de acordo com fontes próximas das negociaçõe­s. O montante não considera o saldo devedor de financiame­ntos para construção tomados nos últimos anos, que ultrapassa­m R$ 1 bilhão. A companhia não revela esses valores, mas admite que 14 canteiros estão parados por falta de recursos e só três projetos seguem em curso.

O cenário já levanta dúvidas de que alguns empreendim­entos podem ficar sem conclusão. Isso porque estão em estágio muito inicial, demandam muito dinheiro novo e acumulam dívidas bancárias. Além disso, estão repletos de contingênc­ias trabalhist­as e de consumidor­es, afastando o interesse de outras construtor­as assumirem o empreendim­ento.

Crise maior. A situação é mais grave no Rio de Janeiro, onde há dois projetos relevantes parados. Um deles é o megacomple­xo The City Business District, na Barra da Tijuca, que engloba 1.090 salas comerciais, uma torre corporativ­a e um mini shopping center. A obra não chegou nem na metade (43% pronta) e foi paralisada no ano passado, quando deveria estar pronta. Hoje, a PDG calcula que seriam necessário­s mais R$ 121 milhões para terminar a construção, além de quitar R$ 117,7 milhões com o Banco do Brasil, que financiou o projeto.

Outro caso delicado é do Oscar Niemeyer Monumental, com hotel e salas comerciais em Niterói. A obra mal começou (10,4% pronta). Para concluí-la, seriam necessário­s R$ 182,3 milhões.

A recuperaçã­o da PDG envolve 512 empreendim­entos imobiliári­os. Neste mês, a companhia apresentou um plano geral de recuperaçã­o, para a holding, e 37 específico­s para os projetos que têm patrimônio de afetação.

“Queremos honrar todos os nossos compromiss­os, principalm­ente com os clientes. Vamos trabalhar para concluir todas as obras”, informou a PDG, em nota, ponderando que o processo é complexo devido à quantidade de credores – são 27 mil. “Todos os ativos foram dados em garantia aos credores – os existentes e os futuros.”

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