O Estado de S. Paulo

Brasil supera resultado de 2016 em Cannes Lions

País atinge 97 Leões em 2017, contra os 90 conquistad­os no ano passado; festival termina hoje com mais chances de premiação ao País

- Fernando Scheller

Os resultados das últimas categorias de premiação ainda serão revelados hoje, mas o Brasil já garantiu um desempenho melhor do que o do ano passado no Cannes Lions – Festival Internacio­nal de Criativida­de. As agências brasileira­s já somam 97 Leões na edição deste ano, contra os 90 angariados nem 2016. O ‘Estadão’ é o representa­nte oficial de Cannes Lions no Brasil.

Serão conhecidos hoje os vencedores das últimas 3 de um total de 24 categorias de premiação do festival: Titanium (considerad­a a mais importante de Cannes Lions), Integrated (que analisa campanhas que consigam integrar ações em diferentes plataforma­s e mídias) e Film (que analisa as campanhas feitas em filme). Desta forma, o número de Leões do País ainda pode aumentar.

O publicitár­io Mário D’Andrea, presidente da Dentsu Brasil, que foi o líder do júri de Radio Lions neste ano, afirma que, apesar da crise econômica, o País tem conseguido mostrar trabalhos competitiv­os em nível mundial. Segundo ele, com orçamentos mais apertados, as agências têm de buscar soluções criativas para os clientes, mas sem gastar muito.

No ano passado, a crise econômica fez o número de prêmios trazidos pelo Brasil para casa ter uma queda – o recorde para o País havia sido registrado em 2015, ano em que as agências nacionais haviam conquistad­o 108 Leões. Em 2017, a recuperaçã­o veio apesar de o último ano ter sido difícil para a economia – em 2016, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro encolheu 3,6%.

Mais prêmios. Ontem, o Brasil voltou a ganhar Leões de ouro. Um deles veio em Digital Craft, categoria que mostra os trabalhos mais bem acabados em meios digitais. A agência vencedora foi a AlmapBBDO, com a campanha “Nosferatu”, feita para a agência internacio­nal Getty Images. A campanha usa o filme clássico de 1922 – a ideia de adicionar sons ao filme, originalme­nte mudo, visava a promoção do estoque de áudio e efeitos sonoros da Getty, mais conhecida pelas fotografia­s.

Ainda em Digital Craft, a campanha “Nosferatu” levou também um Leão de prata. A AlmapBBDO – que já foi eleita agência do ano no festival em quatro ocasiões, sendo a última delas no ano passado – lidera com folga o ranking de Leões do Brasil até o momento, com 22 prêmios.

Rádio. Entre as categorias reveladas ontem, o melhor desempenho brasileiro foi em Radio Lions, júri que foi presidido por D’Andrea. O ouro foi para uma campanha da Young & Rubicam para a organizaçã­o Cepia (Cidadania Estudo Pesquisa Informação Ação).

O País ainda recebeu duas pratas na categoria, para a CCZ*Wow, de Curitiba, para a rádio Jovem Pan, e para a Ogilvy Brasil, para a IBM. As agências nacionais ainda garantiram mais quatro bronzes: três para J. Walter Thompson (Instituto AzMina) e um para Dentsu (Arteris).

O Grand Prix do júri presidido por Mario D’Andrea foi concedido para uma campanha da Ogilvy & Mather sul-africana, para a rede de fast-food KFC. A decisão causou certa polêmica, uma vez que se trata de uma continuaçã­o de uma ação feita no ano passado e que também havia levado o grande prêmio de Cannes Lions. O jurado brasileiro afirmou que o júri analisou somente em comparação com os trabalhos inscritos neste ano, sem pesar o prêmio concedido em 2016.

“Trata-se de uma peça que foi criada e muito bem executada a partir de um briefing que as agências recebem todos os dias: comunicar uma promoção de preço”, frisou o publicitár­io. “E, além disso, é interessan­te ver os clientes aprovando conceitos duradouros em um momento em que todo mundo parece querer trocar de estratégia a cada três meses.”

SÁBADO, 24 DE JUNHO DE 2017

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SORAYA URSINE/ESTADAO Radio Lions. Campanha da Young & Rubicam levou ouro
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