Moda foca em linhas exclusivas
Segundo especialista, ramo é dos mais certeiros para investir
Inventar moda em um mercado que tem a criatividade como força motriz se tornou o maior desafio das redes de franquias de varejo relacionadas ao mundo fashion. Enquanto o comportamento e os gostos do consumidor se transformam, marcas tentam agregar valor aos seus produtos com a mensagem de exclusividade.
Para além do mercado nacional, as grifes buscam se fortalecer para alcançar competitividade internacional, uma vez que o segmento de moda é responsável por 27,5% das unidades franqueadas instaladas em outros países, conforme aponta levantamento realizado pela ABF.
De acordo com o coordenador do curso de pósgraduação em Gestão Estratégica de Negócios da Moda e Varejo da FAAP, Amnon Armoni, essa movimentação de mercado já começa a ser motivada a partir da exigência do consumidor. “Não é à toa que as pessoas, quando viajam para fora do Brasil, voltam com as malas cheias de produtos. Elas querem pagar pouco por alguma exclusividade”, diz o especialista. “A resposta do setor de moda para essas questões costuma ser pioneira nas pontas do consumo”, pondera Armoni.
Para o especialista, apesar das turbulências econômicas que alteram o humor do consumidor do varejo, tornar-se um franqueado de uma rede de moda – empreitada que, não raro, demanda um investimento acima de R$ 100 mil – ainda é uma das alternativas mais certeiras para quem deseja ingressar no franchising. “Nesses casos, a imagem da marca é o principal ativo. As redes sabem disso e a protegem de forma meticulosa”, explica Armoni.
De olho em uma retomada da coragem do investidor para captar novos franqueados, a rede de acessórios femininos Morana segue a onda da exclusividade e tem no seu horizonte próximo o lançamento de novas linhas assinadas por nomes reconhecidos da moda. “O cliente paga quando percebe o valor. Ele quer que o produto tenha história”, avalia Jae Ho Lee, presidente do Grupo Ornatus, que abarca também a marca de acessórios Balonè. “Hoje é quase impossível enganar o cliente e, quem o faz, é uma vez só”, afirma o executivo, que comanda 282 unidades, seis delas no exterior.