O Estado de S. Paulo

Restrições à compra impulsiona­m reformas

Redes de serviços e ferramenta­s reduzem aporte inicial e crescem com a conversão de unidades e microfranq­uias

-

Odesempenh­o fraco da construção civil não parece ter desanimado as franquias de casa e construção. No primeiro semestre do ano, o faturament­o do setor cresceu 5%, na comparação com o mesmo período de 2016, passando de R$ 1,8 bilhões para R$ 1,9 bilhões.

“As construtor­as estão com capital limitado para novos empreendim­entos, e não anda fácil para o consumidor obter financiame­nto. Isso ajuda a impulsiona­r o mercado de reformas residencia­is. As pessoas não compram um imóvel novo, mas arrumam o atual”, afirma Allan Comploier, presidente da consultori­a Comploier Franchise.

Na rede Casa do Construtor, de empréstimo de equipament­os de pequeno porte, a participaç­ão do consumidor final (pessoa física) nas vendas atingiu 28% no primeiro trimestre do ano, ante uma média anterior de 18%.

“O tíquete médio caiu de R$ 250 para R$ 150, mas, em compensaçã­o, aumentou o número de clientes, porque conseguimo­s atrair esse consumidor da reforminha”, diz Expedito Eloel Arena, sócio e proprietár­io da rede. A Casa do Construtor tem 250 franquias no País. A expectativ­a para o ano é abrir mais 10 unidades e converter outras 20.

Paulo Vicente Petrenas é um franqueado de conversão. Ele já tinha um ponto comercial há dez anos, onde vendia e locava ferramenta­s em Santa Rita do Passa Quatro, no interior de São Paulo, quando decidiu transforma­r, em 2013, o serviço de locação em uma unidade da rede.

“Mudou o jeito de atender o cliente e a forma de trabalhar, agora com metas. Em três meses, dobrei as vendas”, diz Petrenas. No início do ano, ele abriu outra unidade, em Porto Ferreira.

O investimen­to inicial para uma franquia da rede é estimado em R$ 555 mil, mas Petrenas conseguiu reduzir esse valor para cerca de R$ 100 mil ao optar pela conversão.

Muitas empresas do segmento operam ainda no sistema de microfranq­uias, em que o primeiro aporte não passa de R$ 80 mil.

As unidades da Dr. Faz Tudo, que oferece serviços gerais para pequenas reformas, e da Dr. Jardim, especializ­ada na manutenção de piscinas e jardins, começam a partir R$ 25 mil (cidades de até 50 mil habitantes) e chegam a R$ 34 mil (acima de 500 mil habitantes, capitais e regiões metropolit­anas). O prazo de retorno pode ser de até um ano.

“Em geral, essas franquias começam como home office e, conforme o negócio se desenvolve, o franqueado busca um ponto comercial, para ter mais disciplina no trabalho”, diz Artur Hipólito, sócio-diretor do Grupo Zaiom, dono da Dr. Faz Tudo e Dr. Jardim.

 ?? KEINY ANDRADE/ESTADÃO ?? Em crise. Desempenho fraco da construção não desanima as franquias
KEINY ANDRADE/ESTADÃO Em crise. Desempenho fraco da construção não desanima as franquias

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil