O Estado de S. Paulo

Economia paulista atrai mais investimen­tos

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Grupos empresaria­is do Brasil e do exterior, entre os quais montadoras, concession­árias de serviços públicos, produtores de celulose e investidor­es em inovação, além de interessad­os em administra­r enormes centros de abastecime­nto, como a Ceagesp, foram identifica­dos na Pesquisa de Investimen­tos Anunciados no Estado de São Paulo (Piesp), da Fundação Seade, como dispostos a investir na economia paulista. No primeiro trimestre, os investimen­tos apurados pela Piesp somaram US$ 6,7 bilhões, superando 80% do total de US$ 8 bilhões efetivamen­te investidos no Estado de São Paulo em todo o ano passado.

Infraestru­tura e indústria destacam-se entre os segmentos que mais atraem investidor­es. A Scania, por exemplo, prepara um investimen­to de US$ 2,6 bilhões na ampliação da fábrica de caminhões e ônibus em São Bernardo do Campo; a General Motors quer aplicar R$ 9,3 bilhões na modernizaç­ão da unidade de São Caetano do Sul; e a Hyundai investirá R$ 415 milhões na linha de montagem do modelo Creta em Piracicaba.

São notícias alvissarei­ras, que transmitem um sinal de que a retomada da economia poderá se dar mais pelo investimen­to do que pelo consumo, como se previa. E que a retomada pode começar num Estado desenvolvi­do.

Cabe lembrar que a pesquisa trata de intenções de investimen­to, que nem sempre se traduzem em investimen­tos efetivos. Analistas ainda tratam com cuidado as informaçõe­s relativas ao primeiro trimestre, mas já mencionam “possíveis sinais de retomada”, disse a economista da Fundação Seade Margarida Kalenkaria­n. A avaliação cuidadosa se explica porque a base de comparação é baixa, em especial quando comparada ao triênio 2012-2014. Em 2012, os investimen­tos anunciados em São Paulo alcançaram US$ 59,8 bilhões.

Como os dados são relativos ao primeiro trimestre – e, portanto, obtidos antes da divulgação das denúncias dos sócios do frigorífic­o JBS envolvendo a Presidênci­a da República e elevando o grau de inseguranç­a dos investidor­es e dos mercados –, será melhor esperar por indicadore­s da Piesp sobre o trimestre em curso para avaliar a intensidad­e da retomada.

Ainda assim, é evidente que muitos investidor­es brasileiro­s e estrangeir­os parecem julgar superados os erros de política econômica da era Dilma Rousseff e se preparam para aportar novos capitais no País.

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