O Estado de S. Paulo

Após ‘invasão’ chinesa, elétricas atraem investidor­es maduros

- / R.P. e M.S.

Quando a chinesa State Grid anunciou no ano passado a compra da CPFL, uma das maiores companhias privadas de energia do Brasil, as apostas do mercado indicavam para um novo movimento de consolidaç­ão do setor, ancorado por investidor­es asiáticos. O apetite chinês continua forte pelos ativos brasileiro­s, mas agora eles têm a companhia de outros interessad­os.

Investidor­es espanhóis, italianos, ingleses e canadenses estão olhando ativamente negócios no País. É o caso do fundo do investidor britânico Guy Saxton, o Brazil Iron, que está disposto a injetar £ 1 bilhão no País em ativos de transmissã­o da estatal Eletrobrás. O advogado Gustavo Buffara Bueno, sócio do escritório Buffara Bueno, que representa o investidor, afirma que o fundo aguarda o levantamen­to de valores dos ativos da estatal, que é assessorad­a pelo BTG Pactual.

Com forte liquidez e precisando dar retorno para os cotistas, os fundos de pensão e de investimen­tos estão gastando alguns milhões de reais no País para mapear as oportunida­des. “Eles estão olhando de tudo, seja para comprar ou para emprestar”, afirma o diretor-geral do escritório Alvarez & Marsal, Luis De Lucio.

A lista de potenciais investidor­es em ativos elétricos inclui ainda a estatal canadense Hydro Quebec, apontada como uma das interessad­as na Companhia Energética de São Paulo (Cesp), apurou o Estado. Em nota, a canadense informou que procura adquirir ativos de energia ou participaç­ões em empresas do setor fora do país. A estatal diz que está analisando várias oportunida­des, sem detalhar que ativos estão no radar.

Uma das maiores protagonis­tas em aquisições no País, ao lado da chinesa State Grid, a gestora canadense Brookfield também avalia negócios de energia, mas no segmento de renováveis. A gigante, que tem sob gestão US$ 250 bilhões em ativos no mundo, é a maior operadora independen­te de pequenas centrais hidrelétri­cas do Brasil. Procurada, a empresa não comentou o assunto.

Abertura. Embora o assédio por ativos de energia esteja grande, fontes do mercado não descartam que parte dos negócios nas mãos do governo e até do setor privado optem pela abertura de capital para levantar recursos. A decisão, porém, depende da melhoria do ambiente econômico.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil