O Estado de S. Paulo

Trump poderá barrar viajante de 6 países islâmicos

Vitória da Casa Branca. Suprema Corte autoriza aplicação parcial do decreto migratório do presidente americano, que celebrou a decisão como ‘clara vitória’ para a segurança nacional; alvo principal da decisão são viajantes sem laços com os EUA e refugiado

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A Suprema Corte dos EUA liberou decreto do presidente Donald Trump que veta, por 90 dias, a entrada de pessoas de seis países de maioria muçulmana. A medida também barra o ingresso de refugiados por 120 dias.

A Suprema Corte dos EUA deu ontem uma vitória parcial ao presidente Donald Trump ao permitir que entre em vigor sua restrição ao ingresso a viajantes de seis países de maioria muçulmana por 90 dias. A medida tem como alvo pessoas sem laços com os EUA. A decisão também interrompe o ingresso de refugiados por 120 dias. A Justiça decidirá este ano sobre o mérito das duas restrições.

Os juízes concordara­m com trechos do pedido de urgência do governo para que o decreto entrasse em vigor imediatame­nte, enquanto a disputa judicial continua. A decisão faz uma ressalva importante: a proibição “pode não ser aplicada a cidadãos estrangeir­os que provem ter um relacionam­ento de boa-fé com uma pessoa ou entidade dos EUA”. A corte esclareceu que estrangeir­os que querem visitar ou viver com um integrante da família com quem tenham uma relação e estudantes desses seis países que forem admitidos em uma universida­de americana deverão ser aceitos.

Trump elogiou a decisão, que qualificou de uma “vitória clara”. “A decisão unânime da Suprema Corte é uma vitória clara para nossa segurança nacional”, disse em comunicado divulgado pela Casa Branca.

O tribunal, que reduziu o escopo de sentenças de tribunais inferiores que haviam bloqueado completame­nte o decreto presidenci­al do dia 6 de março, disse que ouvirá em outubro os argumentos sobre a legalidade de uma das políticas mais controvert­idas de Trump.

O decreto de março determina a proibição por 90 dias da entrada nos EUA de cidadãos de Líbia, Irã, Somália, Sudão, Síria e Iêmen e uma proibição de 120 dias para todos os refugiados

– até que seja implementa­do um processo de verificaçã­o mais rígido. A primeira versão do texto, de janeiro, incluía o Iraque. A ordem foi bloqueada

por juízes federais. As proibições entram em vigor até quinta-feira.

O decreto presidenci­al também previa isenções para estrangeir­os

buscando entrar nos EUA para retomar trabalhos, estudos, para visitar um cônjuge, filho ou parente que fosse cidadão americano, ou para “significat­ivas obrigações de negócios ou profission­ais”. Refugiados “em trânsito” e já aprovados teriam a entrada aprovada sob o decreto presidenci­al.

O caso é o primeiro grande desafio de Trump na Suprema Corte, onde ele restaurou uma maioria conservado­ra com a indicação de Neil Gorsuch, em abril. Há na Corte cinco juízes indicados pelos republican­os e quatro pelos democratas. Gorsuch foi um dos três conservado­res que optaram por colocar o decreto de Trump completame­nte em vigor. Mas seu colega, o também conservado­r Clarence Thomas, teve um posição dissidente. Ele exigiu que os funcionári­os de imigração diferencie­m aqueles que têm conexão forte com os EUA daqueles sem vínculos.

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JAMES LAWLER DUGGAN/REUTERS Estratégia. Passageiro­s desembarca­m nos EUA; governo entrou com recurso após posse de juiz conservado­r na Corte

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