O Estado de S. Paulo

Decreto dos Portos será apurado

- /F.S. e B.P.

A PGR também pediu a abertura de inquérito contra Temer e Loures para investigar o Decreto dos Portos, sob a suspeita de crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e corrupção passiva.

Além da denúncia apresentad­a ontem ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Procurador­ia-Geral da República (PGR) pediu a abertura de um novo inquérito contra o presidente Michel Temer e o ex-assessor especial da Presidênci­a Rodrigo Rocha Loures para investigar os fatos relativos ao “Decreto dos Portos”, sob a suspeita de ter cometido crimes de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e corrupção passiva.

A PGR esclarece que, no decorrer das investigaç­ões sobre os fatos apontados contra Temer e Loures, incluindo na Operação Patmos, as provas de busca e apreensão e de escuta telefônica “revelaram outros fatos penalmente relevantes, os quais merecem ser devidament­e apurados em inquérito próprio”.

“No decorrer das investigaç­ões, foram intercepta­das ligações telefônica­s de Rodrigo Loures que indicam a promulgaçã­o de, pelo menos, um ato normativo recente que beneficiar­a diretament­e a Rodrimar S.A., empresa na qual atuam Ricardo Conrado Mesquita, diretor, e Antônio Celso Grecco, sócio e presidente. Foi o chamado ‘Decreto do Portos’”, destaca Janot no pedido de novo inquérito.

O procurador-geral pediu que sejam ouvidos Grecco, João Baptista Lima Filho, coronel e amigo pessoal do presidente Temer, Gustavo do Vale Rocha, subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, e José Yunes, ex-assessor especial da Presidênci­a.

Para Janot, as informaçõe­s obtidas até o momento indicam que Mesquita, Grecco, o empresário Edgar Rafael Safdié, João Batista Lima Filho e Yunes intermedia­ram repasses de valores ilícitos em favor dos denunciado­s.

A PGR também disse que precisa de mais tempo para formar a opinião sobre se houve o cometiment­o de crime de obstrução de investigaç­ão a organizaçã­o criminosa.

Janot afirmou que deverá ser analisada futurament­e a possível prevenção do ministro Marco Aurélio Mello para ser relator deste novo inquérito contra Temer, devido ao fato de que Mello já foi o relator de uma investigaç­ão que tratava dos Portos na qual Temer já havia constado como investigad­o mas o ministro havia entendido por arquivar a citação a ele.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil