CRISE POLÍTICA 1964-2017
Quem, como eu, viveu o cenário político de 1964, com todas as nuances de crise econômica e social, que resultou na intervenção militar para brecar o sonho castrista de fazer do Brasil uma Cuba de tamanho continental, sabe que o roteiro agora é o mesmo. Porém cada nuance é elevada à décima potência, tudo acrescido dos ingredientes corrupção institucionalizada e desconfiança do povo quanto à isenção nas decisões de alguns membros das instituições jurídicas no que se refere ao julgamento de criminosos apontados pela Lava Jato. Tudo está sendo adrede preparado pela esquerda para retomar o poder, perdido com o impeachment de Dilma Rousseff. José Dirceu circula livremente conspirando, os irmãos açougueiros foram preparados para forçar um escândalo que levasse à renúncia de Michel Temer e à eleição direta já, sonho de Lula. Mas como Temer não renunciou, então restou partir para esse jogo rasteiro de roê-lo pelas beiradas. Para mim ficou clara a movimentação da esquerda internacional para achincalhar Temer em sua viagem à Rússia e à Noruega, a começar pelos comentários de certa mídia, que chegou ironizar que Temer inventara a viagem porque queria comprar bacalhau norueguês. As puxadas de tapete na Noruega tiveram até a presença de uma “indígena” tão caracterizada e maquiada que não dava para distinguir os traços de sua herança étnica, o que me fez questionar: quem pagou a viagem dela até lá? Sabemos dos defeitos de Temer, mas também de suas qualidades e que ele pode governar até 2018 com grandes chances de nos tirar desta crise. E é uma vergonha que uma mídia poderosa sirva de alavanca da esquerda populista (que em 13 anos nos levou ao caos, mas deu as chaves do cofre do BNDES a grupos privilegiados) para derrubar um governo legalmente constituído e forçar uma medida inconstitucional como as diretas já. Fica a pergunta: o Exército, zeloso da obediência à Lei Maior, vai ter de intervir a nosso favor caso isso se concretize? Ou as instituições se curvarão à estrita observância da Constituição, tirando-nos desta sensação de insegurança jurídica que vivemos? O quadro é esse.
MARA MONTEZUMA ASSAF
montezuma.scriba@gmail.com São Paulo