O Estado de S. Paulo

Flanelinha­s vendem Zona Azul Digital acima do preço

Irregulari­dade foi constatada no Brás, onde motoristas chegam a pagar R$ 16 por 2 horas; oficial é R$ 5 por hora

- Renata Okumura

Flanelinha­s e também monitores de rua, que representa­m empresas de postos oficiais, têm vendido o Zona Azul digital por preço superior ao oficial na região do Brás, no centro da capital paulista.

A reportagem abordou alguns – que chegam até a usar colete laranja com listras cinzas, mas sem o símbolo da Zona Azul Digital – e constatou que cobram o quanto querem pelo tíquete eletrônico.

Na Rua Rodrigues dos Santos com a Rua Henrique Dias, um dos rapazes disse que cobraria R$ 6 a hora. Para quem fosse estacionar na Rua Júlio Ribeiro, o preço seria R$ 7. O valor oficial, de R$ 5 a hora, só foi informado por um atendente de uma banca de jornal na esquina da Rua Oriente com a Rua Rodrigues dos Santos, que é vendedora oficial. Alguns flanelinha­s até dizem que são credenciad­os pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

O comércio do Brás recebe diariament­e milhares de pessoas de todo o Brasil. Muitos não sabem como funciona a cobrança, como é o caso de Leandro Rocha, de São Carlos, no interior de São Paulo. “Ficamos cinco horas no Brás. Fomos de carro e não encontramo­s vaga em nenhum estacionam­ento e decidimos deixar o carro na rua e colocar a Zona Azul. Na primeira vez, eu pedi duas horas e paguei R$ 16. Para mim este era o valor.”

A CET informou que tem realizado ações em conjunto com a Guarda Civil Metropolit­ana (GCM) para coibir a prática abusiva de preço da Zona Azul. A companhia também realiza vistorias periódicas em todos os locais de Pontos de Venda do Cartão Azul Digital (CAD). Quando constata anormalida­de, a empresa sofre sanção e pode até ser descredenc­iada.

Entre outubro do ano passado e junho deste ano, foram registrada­s 45 irregulari­dades na cidade, sendo aplicadas 22 advertênci­as e 13 bloqueios de equipament­os. A CET recomenda que os motoristas adquiram os cartões com antecedênc­ia, por meio dos aplicativo­s das 14 empresas ou dos Pontos de Venda oficiais (PDVs).

Denúncias. Atualmente, existem 2.035 postos oficiais de venda de Zona Azul Digital. A relação completa com a listagem está disponível no site da companhia. Caso o usuário encontre alguma irregulari­dade no serviço pode fazer a denúncia pelo telefone 1188 ou pelo site www.cetsp.com.br. Os motoristas que tiverem problemas com flanelinha­s ainda podem acionar a Polícia Militar pelo 190.

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RENATA OKUMURA De colete. Denúncia deve ser feita por 1188 ou 190

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