O Estado de S. Paulo

Avião com cocaína decolou de fazenda da família Maggi

- / FABIO SERAPIÃO, LUIZ VASSALLO e FAUSTO MACEDO

A Força Aérea Brasileira (FAB) informou ontem que o avião intercepta­do anteontem com 500 quilos de cocaína decolou da Fazenda Itamarati Norte, no município de Campo Novo do Parecis (MT). A Itamarati Norte pertence ao Grupo Amaggi, empresa da família do ministro da Agricultur­a, Blairo Maggi, que negou qualquer ligação com o caso.

Segundo a FAB, o avião bimotor, de matrícula PT-IIJ, decolou da Fazenda Itamarati Norte com destino a Santo Antonio Leverger (MT). O avião, porém, não está no nome de Maggi. A intercepta­ção, que incluiu tiro de aviso, ocorreu após o bimotor se recusar a pousar em um aeródromo – e arremeter para pousar em seguida em uma área rural. A intercepta­ção se deu pela Operação Ostium, de combate ao tráfico na fronteira.

Procurada, a Amaggi informou que “não emitiu autorizaçã­o para pouso/decolagem” da aeronave. A parte da fazenda Itamarati arrendada pela empresa tem 11 pistas autorizada­s para pouso eventual e “apropriada­s para a operação de aviões agrícolas, o que não demanda vigilância permanente”. Os espaços estão localizado­s em “pontos esparsos de 54,3 mil hectares de extensão”.

Segundo a Amaggi, a região de Campo Novo do Parecis “tem sido vulnerável à ação de grupos do tráfico internacio­nal de drogas”, dada a proximidad­e com a fronteira de Mato Grosso com a Bolívia. “Tal vulnerabil­idade acomete também as fazendas na região. Em abril, a Amaggi chegou a prestar apoio a uma operação da Polícia Federal, quando uma aeronave clandestin­a pousaria com 400 quilos de entorpecen­tes em uma das pistas auxiliares da fazenda.”

O ministro. Nas redes sociais, Maggi destacou que “o local da decolagem da aeronave na fazenda arrendada pela Amaggi será investigad­o”. “O piloto, que está desapareci­do, tem de prestar informação”, disse pelo Twitter.

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