O Estado de S. Paulo

CSN e Deloitte não se entendem sobre balanço

- COM DAYANNE SOUSA

ACompanhia Siderúrgic­a Nacional (CSN) e a Deloitte estão debruçadas sobre os últimos balanços trimestrai­s da empresa, que precisaram ser revisados por conta da combinação de negócios das atividades de mineração e logística da companhia, no fim de 2015. Ao mercado, a CSN tem reiterado que a revisão ocorre por conta do tratamento fiscal da operação com a Namisa, com a criação da Congonhas Minérios. No entanto, auditoria e empresa não chegam a um acordo e a Deloitte não quer assinar o documento. Assim, perto do fim do segundo trimestre, há duas divulgaçõe­s de resultados atrasadas, uma vez que a última foi feita no intervalo de julho a setembro de 2016. No acumulado deste ano, as ações da empresa caem quase 40%. Procuradas, CSN e Deloitte não comentaram.

Moeda de troca. Se de fato for vendida, a fatia de controle que a holding J&F, dos irmãos Batista tem na Alpargatas pode virar, pela segunda vez, moeda para a liquidação de multas com um acordo de leniência. A aquisição da participaç­ão no fim de 2015, negócio viabilizad­o em tempo recorde, ajudou a aliviar a pressão das multas aplicadas contra a Camargo Corrêa no âmbito da Lava Jato. Agora, a venda pela J&F se dá pelo mesmo motivo.

» Caminho aberto. Ainda que a Advocacia-Geral da União (AGU) tenha solicitado o bloqueio de bens da empresa, a transação segue andando. O fundo Cambuhy, que tem entre seus sócios a família Moreira Salles, e a Itaúsa firmaram acordo de confidenci­alidade com a J&F, assessorad­a pelo Bradesco no negócio, para analisar a Alpargatas.

» Toc toc. Apesar de ter encolhido no ano passado, o mercado brasileiro de vendas diretas manteve sua posição como o sexto maior do mundo. Esse setor inclui as empresas que vendem no modelo “porta a porta”, como Natura e Avon. Em 2016, o volume de negócios recuou 2,4%, para R$ 40,4 bilhões, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas (ABEVD). » Ufa. Ainda assim, o Brasil se manteve na sexta posição do ranking global de vendas diretas, atrás de Japão, Alemanha, Coreia do Sul, China e Estados Unidos. O mercado brasileiro representa 5% do segmento mundial e continua sendo o mais importante da América Latina, conforme dados da World Federation of Direct Selling Associatio­ns (WFDSA).

» Pressão. O avanço de projetos digitais por parte de bancos e fintechs, startups do setor financeiro, pressiona concorrent­es no segmento de meios de pagamentos. A DMCard, que administra cartões de loja, os chamados private label, acelerou sua estratégia de migração desses plásticos para o ambiente online por meio de um aplicativo.

» Sonho grande. O investimen­to no mundo digital faz parte da ofensiva da companhia DMCard, mais focada em supermerca­dos e varejistas de construção de pequeno e médio porte, para abocanhar um espaço junto às grandes redes varejistas. Aí, também vai encontrar os bancos no meio do caminho.

» Quero mais. O apetite da empresa israelense Frutarom, que produz aromatizan­tes para a indústria alimentíci­a, segue firme no Brasil. Mesmo após emplacar a sua terceira aquisição no País, a da mineira SDFLC, de preparados para sorvetes e sobremesas, a companhia segue analisando outras oportunida­des para crescer em solo brasileiro.

» De olho. Empresas de compliance do México, país que também briga para combater a corrupção, começaram a oferecer serviços no Brasil. A Finccom Consulting Group firmou, por exemplo, parceria com o escritório local Braga Nascimento e Zilio Advogados. Além de atuar em áreas de governança, risco e compliance, a ideia da novata também é ajudar as empresas mexicanas a investirem no Brasil - e vice-versa.

Longo prazo. A Yoorin, do Grupo Curimbaba, está investindo R$ 15 milhões para acompanhar o cresciment­o do setor de fertilizan­tes premium no Brasil. A expectativ­a é de que as vendas do segmento cresçam 50% na próxima década.

» Potencial. Em contrapart­ida, a Yoorin, que concorre com nomes como Yara, Timac e Mosaic, que recentemen­te comprou os ativos de fertilizan­tes da Vale, tem potencial para mais do que dobrar sua capacidade produtiva, que anualmente gira em torno de 100 mil toneladas.

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MARCOS ARCOVERDE/ESTADÃO - 21/7/2016
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EDVALDO SANTOS/ESTADÃO - 28/7/2008

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