Encantos do mar na superfície
Com a vida marinha como temática principal, o SeaWorld cabe perfeitamente em um dia. O que não significa que faltará adrenalina em sua visita. Afinal, o parque não decepciona no quesito montanha-russa: é ali que está a Mako, a maior, mais alta e mais veloz de Orlando. Será que teríamos coragem de enfrentá-la?
São 61 metros de altura a uma velocidade de 118 km/h, num sobe e desce cheio de curvas. Abra os olhos: a vista que se tem lá do alto é incrível.
Depois dela, a ida à Manta se tornou mais simples. Nessa aventura, a sensação é de estar voando pelo parque a bordo de uma arraia. Você começa preso deitado, com a barriga para baixo e o corpo suspenso. A subida é lenta, até que chega a primeira descida: loopings para trás e para frente, curvas e descidas que atravessam o parque – e até respingam água em quem está por perto. Pena que acaba rápido.
Frio na barriga 3D
Não bastassem essas duas aventuras sobre trilhos, o SeaWorld acaba de reabrir a Kraken, que desde 16 de junho ganhou um acessório: óculos de realidade virtual. Antes da partida, você recebe o aparelho, além de fones de ouvido de alta definição.
Os trilhos vão continuar ali, mas o que você verá pela frente será o fundo do mar, com suas criaturas mitológicas e animais estranhos (alguém disse Kraken?); um vulcão submerso dormente; e a cidade de Atlantis, que emerge ao final.
Ora, bolhas
Outra novidade é o espetáculo Pop, que estreou em 27 de maio e fica em cartaz até setembro, com apresentações duas ou quatro vezes por dia – fique de olho nos horários quando chegar ao parque para não perder. Milhares de bolhas enormes; bolhas dentro de outra gigante; uma bolha branca dentro da transparente; uma arraia de bolhas; bolhas invadindo a plateia... Com peneiras vazadas, tubos de ensaio, réguas geométricas e, claro, água e sabão, o artista Fan Yang trouxe o fundo do mar para dentro do teatro e provocou tamanho furor na plateia de adultos e crianças que, em muitos momentos, só se ouvia um gigantesco e coletivo “uau”.
Flórida abaixo de zero
Antes do encontro com a coragem para ir nas montanhas-russas, nosso encontro foi com os pinguins. No SeaWorld eles estão em Antarctica: Empire of the Penguin, que é de fato tão congelante quanto o continente que dá nome à atração – leve uma blusa para poder aproveitar melhor sem tremer de frio. Ali habitam quase 300 animais, de diferentes espécies, como rei, de Magalhães e, claro, o imponente imperador. Sem vidros, é possível chegar pertinho deles.
Além da casa dos pinguins, há outras paradas para observação de animais, onde ficam tartarugas, leões-marinhos, peixes e golfinhos. Há também uma área dedicada ao resgate e reabilitação de animais debilitados – que os prepara para o retorno aseu há bidat(quan do possível ). Parte do projeto Sea Rescue, o tour pelos bastidores leva 75 minutos eé guiado por monitores, que cuidam de peixes-boi e tartarugasmarinhas resgatadas. Durante a visita, dá para interagir com pinguins e chegar bem perto de um tubarão. Comoéu ma experiênciaà parte, custa desde US $29 a mais no ingresso – crianças de 3 a 9 anos pagam US$ 9.
Dicovery Cove
Depois de uma maratona de parques com montanhas-russas, simuladores e toboáguas, a promessa era de um dia menos radical e mais relaxante. Era sábado e havia chegado a vez de conhecermos o Discovery Cove, parque do grupo SeaWorld que se autodenomina “resort all-inclusive” – e tem boas razões para isso.
Não há quartos de hotel para passar a noite. Mas, a partir das 7h15, o parque abre suas portas para o check-in, com café da manhã – incluído no valor do ingresso, como todas as outras refeições e bebidas consumidas ao longo do dia. Sim, salgadinhos, sorvetes, vinho, cerveja e até alguns drinques entram na conta.
A ideia é oferecer um dia despreocupado nas piscinas, lagoas e bem perto da vida marinha. Como as experiências envolvem contemplação e contato com os animais, há um limite diário – 1.300 pessoas no máximo.
Selinho nos golfinhos
A temática do Discovery Cove também tem a ver com a vida marinha e, apesar de suas piscinas, não é um parque aquático propriamente dito. No lugar de toboáguas, você encontra, por exemplo, o Reef, uma piscina com arrecifes que simula o fundo do mar: tem arraias e peixes nadando de um lado para o outro enquanto você observa a tudo com máscara e snorkel.
Em outra piscina, dá para relaxar em cadeiras dentro d’água ou na areia. E, para não gastar energia, deixe que o rio WindAway te leve pela correnteza, enquanto você boia abraçado a um macarrão. Foi o momento mais relaxante da viagem.
Mas a experiência mais encantadora é ficar cara a cara com os golfinhos (o que significa acrescentar US$ 140 no valor do ingresso). Divididos em grupos de dez pessoas, seguimos com os treinadores até a Dolphin Lagoon. São cerca de 15 animais, nascidos e criados no parque que, segundo Nick, o treinador que me acompanhou, se revezam duas vezes ao dia na interação de meia hora com o público.
É possível passar a mão nos bichinhos enquanto o treinador revela curiosidades sobre a espécie – e os indivíduos que vieram nos ciceronear. Com um balde repleto de peixes, que carrega o tempo todo embaixo do braço, Nick agradece a cada gentileza das fêmeas Telma e Yoko.
Entre uma explicação e outra, os mamíferos “cantam”, fazem acrobacias e permitem que peguemos carona em sua nadadeira. A essa altura, a intimidade com Telma e Yoko já era tão grande que, no final, um selinho fechou a experiência, antes do adeus à maneira delas: batendo as nadadeiras na superfície da água e molhando todo mundo.