Curso no Brasil é passaporte para o exterior
Em uma escola de Publicidade na Vila Mariana, zona sul de São Paulo, janeiro não é recesso. Alunos da Miami Ad School/ESPM têm a lógica do ano letivo americano. O padrão tem um só objetivo: facilitar o intercâmbio de alunos para outras unidades da instituição espalhadas pelo mundo.
Arthur Amiune, de 32 anos, é a prova de que o esforço compensa. Durante o curso de Direção de Arte, o designer chegou a ficar dez meses nos Estados Unidos, estudando na Miami Ad School de Nova York e estagiando em duas agências de publicidade. “Foram os melhores meses da minha vida. Mudou minha visão. É muito legal ver como eles pensam.”
“Do ponto de vista acadêmico, o que a gente ensina aqui foi desenvolvido na Miami Ad School dos Estados Unidos. Veio para cá e sofreu adaptações para a realidade brasileira”, explica o diretor da Miami Ad School/ESPM, Paulo Sérgio Quartiermeister. A escola tem unidades em países como Estados Unidos, Alemanha, Austrália, Índia e Canadá.
Na instituição, os alunos têm aulas à noite durante quatro dias da semana, com professores que são profissionais de criação. “São presidentes de agência, vice-presidentes, os melhores do País”, destaca Quartiermeister. A partir do segundo ano, podem se candidatar ao intercâmbio em uma escola da Miami Ad School fora do Brasil ou em agências de publicidade parceiras. Nota, presença e domínio do idioma são requisitos, mas a escolha dos alunos é feita pelas empresas.
O programa é uma via de mão dupla: as escolas brasileiras (há também uma unidade no Rio) recebem alunos da Miami Ad School de outros países. Por enquanto, por causa do idioma, a vinda mais comum é de alunos da América Latina e da Espanha, mas a Miami estuda oferecer parte dos cursos no Brasil em inglês para atrair mais intercambistas.
Para Amiune, além do trabalho nas agências, a experiência de estudar em Nova York contou. “A grande diferença de lá são os alunos do mundo todo. Estudei com gente de Índia, Suíça, Alemanha e Espanha. Essa troca cultural, ver como cada um trabalha, é muito legal.” O designer conquistou 16 “leões” no Cannes Lions – o mais importante festival internacional de publicidade – e conseguiu vaga em uma agência na Flórida, para onde se mudou neste ano.