Chavistas cercam Assembleia Nacional e ameaçam deputados
Grupos leais a Maduro impedem saída de parlamentares, que se queixam da ausência de policiamento
Grupos leais ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, cercaram ontem a Assembleia Nacional (AN), impedindo a saída de deputados da oposição. Parlamentares se queixaram da segurança e acusaram a Guarda Nacional Bolivariana (GNB) de ignorar o Legislativo, controlado pela oposição.
O presidente da AN, Julio Borges, afirmou que grupos civis armados atacaram o edifício após um confronto entre alguns deputados e agentes da GNB. “O enfrentamento ocorreu dentro do Parlamento e deixou duas mulheres feridas”, disse Borges.
No Twitter, o comando da AN afirmou que entre os feridos está a deputada opositora Delsa Solórzano e vários jornalistas. Segundo comunicado do Parlamento, os repórteres também foram agredidos por policiais da GNB.
“Diferentes deputados e funcionários da Assembleia Nacional viram efetivos da Guarda Nacional Bolivariana entrando com algumas caixas do Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Lá, ocorreu um confronto entre eles e os deputados”, afirmou Borges.
O líder da oposição disse que os deputados abordaram os agentes da GNB para saber o que estava ocorrendo, já que é ilegal guardar material do CNE na sede do Legislativo. “Eles não deixaram que os parlamentares tivessem acesso ao conteúdo das caixas, o que deu início ao confronto”, declarou Borges.
A sessão foi interrompida e Borges foi conversar com o coronel responsável pela segurança para resolver o conflito. Foi quando grupos civis, segundo o deputado, atacaram a sede do Legislativo. Os chavistas lançaram rojões e outros artefatos dentro do Parlamento e parte da fachada do prédio foi destruída.
Até o início da madrugada, deputados e funcionários da Assembleia Nacional permaneciam trancados no local, segundo a chefe de imprensa do Parlamento, Alicia de La Rosa. O temor dos líderes da oposição é o de que os manifestantes cumpram as ameaças e invadam o prédio.