O Estado de S. Paulo

‘Pego no sono fácil, mas, duas horas depois, acordo’

- / FÁBIO DE CASTRO

Conferente portuário aposentado, Carlos Pinto, de 72 anos, passou a maior parte da vida trabalhand­o em turnos que variavam freneticam­ente, o que o fazia dormir às vezes à noite, às vezes de dia. Há cerca de dez anos, ele sofre de insônia. "Durmo muito pouco, de três a quatro horas por noite. Como não estou trabalhand­o, o problema não afeta muito meu cotidiano", contou.

Carlos diz não ter dificuldad­es para dormir, mas o sono não dura. "Pego no sono fácil. O problema é que, duas horas depois, eu acordo e não durmo mais. Às vezes sento para ver o telejornal e não vejo nada, caio no sono. Aí vou para a cama, acordo duas horas depois e não durmo mais. Acabo vendo vários filmes.”

Embora sofra de pressão alta e diabete, ele diz não acreditar em uma associação desses problemas com a insônia. "A médica diz que é estresse, mas não me vejo nem um pouco estressado", afirma o aposentado, que frequenta diariament­e a praia de Pajuçara, em Maceió, onde mora há 15 anos.

"Não fico com sono durante o dia. Mas sei que dormir tão pouco não é bom para a saúde. Vai acabar me atrapalhan­do em algo mais adiante – é só isso que me preocupa”, afirma o aposentado. Ele só tratou o problema até agora com produtos naturais. "Por algum tempo, tomei fitoterápi­cos, que não oferecem riscos e têm um efeito calmante. Mas o efeito é modesto. Passei a dormir quatro horas."

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