O Estado de S. Paulo

Alfabetiza­ção de alunos será avaliada na capital

Secretaria Municipal de Educação de São Paulo fará prova anual com alunos do 2º ano para medir desempenho em Português e Matemática

- Luiz Fernando Toledo

A Prefeitura de São Paulo vai avaliar, anualmente, o nível de alfabetiza­ção dos estudantes da rede pública municipal. A prova será aplicada para os estudantes do 2.º ano do ensino fundamenta­l, a partir do segundo semestre deste ano, e terá como objetivo medir o desempenho dos alunos em Língua Portuguesa (leitura e escrita) e Matemática.

O Estado apurou que a prova fará parte de um “pacote” de avaliações que serão aplicadas aos estudantes na rede municipal neste ano, cujos custos aos cofres públicos ainda não foram estipulado­s. A Prova São Paulo, que mede anualmente o desempenho dos alunos de 3.º ao 9.º ano nas disciplina­s de Matemática, Língua Portuguesa e Ciências da Natureza será retomada. Os alunos farão a prova entre os dias 18 e 20 de outubro.

O principal objetivo do exame, a ser produzido por uma empresa especializ­ada em avaliações ainda não contratada, será fazer uma análise externa das escolas da rede para a proposição de políticas públicas que melhorem o desempenho de seus estudantes.

A avaliação havia sido suspensa em 2013 pela gestão do prefeito Fernando Haddad (PT), que à época decidiu ter como parâmetro somente os dados do Índice de Desenvolvi­mento da Educação Básica (Ideb), avaliação produzida pelo governo federal de dois em dois anos que considera os resultados da Prova Brasil, aplicada somente aos alunos de 6.º e 9.º ano do ensino fundamenta­l. A gestão petista considerav­a que a prova é cara – custou R$ 6 milhões na última edição, de 2012 – e os dados não estavam sendo usados no planejamen­to escolar, além de ter problemas de metodologi­a.

A gestão João Doria (PSDB) também vai aplicar, pela primeira vez, uma prova semestral, que terá a participaç­ão de 322,8 mil alunos do 3.º ao 9.º ano, com todas as disciplina­s do currículo. A ideia é que, com os resultados, a pasta possa repensar o planejamen­to pedagógico dos colégios ao longo do ano letivo. Também haverá a aplicação de questionár­ios para pais e educadores para contextual­izar a escola com outros fatores sociais e econômicos.

Entram ainda no “pacote” de avaliações a Prova EJA, para jovens e adultos, que será totalmente digitaliza­da, e um simulado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para alunos da fase final da educação básica – a rede municipal atende somente oito escolas nessa fase.

Apropriaçã­o. Para o professor da Faculdade de Educação da Universida­de de São Paulo (USP) Ocimar Alavarse, o mais importante é que os gestores públicos e as escolas se apropriem do resultado das pesquisas. “O grande problema da avaliação é o que fazer com seus resultados. Você não emagrece só por subir na balança. O desafio é manter o envolvimen­to de professore­s e gestores”, afirma. De acordo com Alavarse, a vantagem da Prova São Paulo, em relação à Prova Brasil, é que os resultados são divulgados mais rapidament­e.

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