O Estado de S. Paulo

Sucesso exponencia­l leva a novos desafios

Histórico de negócio com rápida expansão mostra longo caminho a ser percorrido

- Vivian Codogno

O bom e velho conto do empreended­or que decidiu abrir um negócio em busca da solução para um problema pessoal se aplica com precisão ao mineiro Max Oliveira. O que até então não havia passado pela sua cabeça é que ele criaria, junto com a MaxMilhas, um segmento de mercado capaz de movimentar R$ 1 bilhão em compra e venda de milhas aéreas apenas nos três primeiros anos de atuação no Brasil.

Até 2013, Max era funcionári­o de uma mineradora e alternava seus fins de semana entre Belo Horizonte, sua cidade natal, e Vitória, para onde ia visitar a namorada com regularida­de. Um dia, durante uma transação de compra de passagens, um problema no site da companhia aérea fez com que o pagamento de sua passagem não fosse realizado.

Quando Max foi reiniciar o processo, a tarifa dinâmica havia elevado o valor do bilhete de R$ 100 para R$ 500. O futuro empreended­or, claro, desistiu da viagem, mas passou a pensar sobre como aproveitar milhas aéreas de pessoas que não as trocam por passagens e, dessa maneira, perdem o benefício oferecido pelas companhias.

“No começo, pensava que a empresa seria apenas meu hobby. Para mim, se eu vendesse uma ou duas passagens por dia e ajudasse uma ou duas pessoas a viajarem já estava bom”, conta o empreended­or.

Então, no ano seguinte à abertura da MaxMilhas, o Brasil foi acometido por uma crise política sem precedente­s, o que agravou a decadência da economia. Muitas empresas ficaram em risco, muitas pessoas perderam o emprego, mas Max Oliveira só viu sua ideia de negócio prosperar. “Muitas pessoas começaram a procurar formas alternativ­as de viajar. As companhias aéreas reduziram a oferta de voos e os preços subiram. Isso fez com que muito mais gente nos procurasse”, comemora o empresário mineiro.

Atualmente, cerca de 5% das passagens aéreas emitidas com milhas são transacion­adas pela MaxMilhas e a perspectiv­a mais otimista é chegar a 30% desse mercado. Seja como for, o empresário não se gaba dos seus feitos à frente da MaxMilhas.

“Até o ano passado, nosso cresciment­o era essencialm­ente orgânico, com baixíssimo investimen­to de marketing”, conta Oliveira. “Mesmo assim, 33% das pessoas que compraram passagens por nosso intermédio não viajariam se não tivessem nos encontrado”, afirma o empresário.

Desafios. Apesar da pouca barreira de entrada enfrentada pela empresa, Max já começa a traçar estratégia­s para manter os índices de cresciment­o.

“Não é possível continuar escalando desta forma sem um novo plano de negócios. Precisamos fazer as pessoas viajarem mais de alguma forma. Ainda não conseguimo­s resolver essa equação porque nosso foco tem sido dar conta da operação”, comenta Oliveira. Ele conseguiu transacion­ar, em 2017, R$ 6 bilhões em bilhetes aéreos, mais do que o dobro dos R$ 2,5 bilhões alcançados somente no ano passado. A explosão foi tamanha que a equipe da MaxMilhas saltou neste ano de 63 para 105 colaborado­res e deverá chegar a 180 pessoas.

Nesse planejamen­to, a expansão para outros países não está descartada por Max e o mercado da América Latina começa a aparecer no horizonte. “É muito fácil vender um produto bom e muito difícil desenvolve­r um produto que funcione. Quando você chega a esse patamar, o cliente o indica para todo mundo. Por isso, não basta resolver um problema, é preciso mudar a vida das pessoas.”

“Quando você chega a esse patamar, o cliente o indica. Por isso, não basta resolver um problema, é preciso mudar a vida das pessoas.”

Max Oliveira

CEO DA MAXMILHAS

 ?? VIN RCS/DIVULGAÇÃO ?? Problema. Empresa de Oliveira surgiu da necessidad­e de ele comprar passagens aproveitan­do melhor as suas milhas
VIN RCS/DIVULGAÇÃO Problema. Empresa de Oliveira surgiu da necessidad­e de ele comprar passagens aproveitan­do melhor as suas milhas

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