O Estado de S. Paulo

iPhone, 10 anos

Smartphone da Apple introduziu inovações.

- Claudia Tozetto Matheus Mans

Centenas de pessoas amontoadas em filas em frente às lojas da Apple, muitas delas gritando, marcaram a chegada da primeira versão do iPhone às lojas dos Estados Unidos, em 29 de junho de 2007, há exatos dez anos. A euforia era resultado de seis meses de espera desde que Steve Jobs, cofundador da Apple, havia mostrado o smartphone com tela sensível ao toque pela primeira vez. O iPhone era um símbolo de uma nova era dos celulares. Naquela época, porém, ainda era impossível saber que ele influencia­ria tanto o futuro de outras áreas, como audiovisua­l, software e telecomuni­cações.

O iPhone não foi o primeiro smartphone a chegar ao mercado. No início da década de 2000, grandes fabricante­s de celulares, como Nokia e BlackBerry, já vendiam aparelhos móveis capazes de acessar à internet e receber e-mails, mas a maioria deles estavam restritos às mãos de executivos.

“Foram várias as tentativas da indústria de trazer o computador corporativ­o para as mãos das pessoas. Mas eles eram complexos de usar e tinham teclados minúsculos e impossívei­s”, lembra a jornalista Renata Mesquita, que acompanhav­a o mercado de tecnologia e cobriu o lançamento do iPhone nos EUA em 2007 (leia depoimento abaixo). “A Apple acertou ao tornar não só o trabalho, mas a vida pessoal, acessível às pessoas com poucos toques na tela.”

A maior inovação da Apple com o iPhone, segundo especialis­tas consultado­s pelo Estado, foi a tela sensível ao toque. Ela tornou-se a base para uma nova geração de dispositiv­os da marca, que passou por novas gerações do tocador de música iPod, pelo tablet iPad e pelos relógios inteligent­es Watch. “Essa foi a primeira grande revolução que o aparelho causou”, diz o analista de pesquisas da IDC Brasil, Leonardo Munin. “Nos anos seguintes, o aparelho também foi o primeiro a ter uma loja de aplicativo­s e a lançar uma assistente pessoal, a Siri.”

Apps. Com a abertura da App Store, em julho de 2008, se tornou possível a qualquer programado­r criar aplicativo­s móveis e distribuí-los globalment­e. Com o avanço e populariza­ção do sistema operaciona­l Android, que foi adotado em massa pelos principais rivais da Apple nos anos seguintes, o mercado de aplicativo­s explodiu. Segundo dados da empresa de pesquisa App Annie, a receita do segmento de apps deve crescer de US$ 88 bilhões em 2016 para US$ 188 bilhões em 2020 – entre venda de aplicativo­s, comércio de itens dentro dos apps e exibição de publicidad­e.

“O iPhone e o seu extenso ecossistem­a de desenvolve­dores são a força motriz por trás do sucesso da Apple”, disse o vice-presidente de pesquisas da consultori­a Gartner, Brian Blau, em entrevista ao Estado.

Foi justamente a loja de aplicativo­s que impulsiono­u a carreira do desenvolve­dor paulistano Breno Masi, 34 anos. Ele foi o primeiro brasileiro a desbloquea­r o iPhone, numa época em que o dispositiv­o era de uso restrito com chips de algumas poucas operadoras. Com a abertura da loja, ele viu uma oportunida­de única. Em quase dez anos, Masi já participou da criação de mais de 800 aplicativo­s no País, entre eles, alguns grandes sucessos globais, como o aplicativo de conteúdo para crianças PlayKids, que hoje já possui mais de 6 milhões de usuários em todo o mundo.

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REGIS DUVIGNAU/REUTERS
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