EUA ameaçam estender veto a laptops em voos
Proibição será ampliada se companhias aéreas e aeroportos não atenderem às novas exigências
O Departamento de Segurança Interna dos EUA anunciou ontem que ampliará as medidas de segurança em todos os voos comerciais para o país. A proibição de laptops e outros aparelhos eletrônicos – adotada com relação a algumas nações de maioria islâmica – só deve ser aplicada a companhias aéreas e aeroportos que rejeitem aumentar seus controles.
Segundo o site Politico, a medida pode afetar 280 aeroportos de onde partem voos para os EUA e pelo menos 2 mil voos diários. Como os laptops são muito usados pelos passageiros da classe executiva – que pagam mais que o dobro de um bilhete da classe econômica – a indústria da aviação teme que a expansão da proibição de eletrônicos a bordo possa interferir em suas receitas.
Funcionários do departamento disseram que as mudanças serão “visíveis e invisíveis” e podem incluir triagem adicional para os viajantes e seus laptops e tablets, assim como a expansão do Preclearance, um programa pelo qual funcionários da Alfândega e da Proteção de Fronteiras dos EUA conduzirão triagens nos aeroportos no exterior.
Operações desse tipo já ocorrem em 15 aeroportos de 6 países, incluindo Canadá e Irlanda.
“Devemos implementar medidas gerais para garantir a segurança dos passageiros e fazer que, para os terroristas, seja mais difícil ter sucesso”, disse o secretário de Segurança Interna, John Kelly.
Em março, passageiros de voos para os EUA de alguns países do Oriente Médio foram proibidos de carregar equipamentos eletrônicos maiores que um celular a bordo da cabine. Essas restrições poderão ser levantadas se as companhias e os aeroportos afetados adotarem os protocolos das novas medidas de segurança.
Funcionários de alto escalão do Departamento de Segurança Interna disseram que as novas exigências elevarão as bases de segurança a nível mundial. As diretivas têm como objetivo impedir que terroristas contornem as medidas de segurança da aviação.
Recentemente, segundo os funcionários, Kelly concluiu que as ameaças poderiam ser controladas sem a expansão da proibição aos laptops. Entretanto, as companhias e os aeroportos que não adotarem as novas exigências poderão enfrentar consequências, incluindo a proibição de todos os aparelhos eletrônicos pessoais a bordo de aviões, mesmo no compartimento de cargas, multas e possível perda de sua permissão de voar nos EUA.
Segundo fontes, as companhias aéreas terão 21 dias para pôr em prática uma maior busca por explosivos – incluindo o uso de cães farejadores e aparelhos de detecção de traços de materiais explosivos – e 120 dias para cumprir com outras medidas de segurança, incluindo ampliar a triagem de passageiros.