O Estado de S. Paulo

Vereadores dificultam pacote de concessões

Análise do projeto de Doria é adiada; desestatiz­ação do Pacaembu avança

- Fabio Leite

Em sessão marcada por bateboca, vereadores paulistano­s se recusaram a votar ontem o pacote de concessões de serviços e equipament­os públicos – como parques e mercados – à iniciativa privada do prefeito João Doria (PSDB), que foi adiado outra vez. O plano do governo era aprová-lo em definitivo neste semestre, mas a votação do projeto só deve ser concluída em agosto. Em contrapart­ida, a Comissão de Constituiç­ão e Justiça (CCJ) aprovou a concessão do Estádio do Pacaembu, que tem projeto de lei próprio.

Apesar da pressão do presidente da Câmara e aliado de Doria, Milton Leite (DEM), que tentou acelerar a tramitação do projeto de desestatiz­ação, vereadores de oposição e da base se uniram para barrar a iniciativa. A sessão chegou a ficar suspensa por mais de duas horas.

Na volta, Leite prometeu colocar o projeto em votação hoje e garantiu que será aprovado em primeira votação. Na semana passada, a CCJ já havia adiado a discussão das concessões por duas sessões, a pedido do PT, empurrando a votação para agosto. Ontem, o vereador Claudinho de Souza (PSDB) propôs recolocar o projeto na pauta, para que fosse aprovado na CCJ e já votado em plenário. O pedido foi rejeitado por 5 votos a 4. “Não tinha lógica desfazer decisão coletiva da semana passada para atender ao desejo de pressa injustific­ada”, disse Mario Covas Neto (PSDB), presidente da CCJ, que votou contra.

Leite tentou um congresso de comissões (reunião conjunta para analisar um projeto), com o objetivo de aprovar o pacote de concessões ainda ontem, mas não conseguiu.

O secretário de Relações Governamen­tais, Milton Flávio, diz que a base se compromete­u a votar em primeira discussão o pacote de desestatiz­ação e a concessão do Pacaembu como contrapart­idas à sanção do Programa de Parcelamen­to Incentivad­o e do perdão a multas de igrejas. Inicialmen­te, a gestão Doria era contra a anistia.

Leite tentou fazer a primeira votação do projeto do Pacaembu em plenário até 1h15 de hoje, mas o PT obstruiu a análise. A ideia era fazer a votação ainda na madrugada de hoje e a segunda em agosto. Em julho, haverá recesso parlamenta­r.

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