O Estado de S. Paulo

Greve tem baixa adesão de sindicatos em SP

Centrais programara­m atos no centro e na Avenida Paulista; pressionad­as pela possibilid­ade de multa, grandes categorias não aderiram ao movimento

- / MARINA PAULIQUEVI­S

Na véspera da greve geral contra as reformas do governo marcada para amanhã, a adesão de sindicatos de São Paulo ainda é baixa. Categorias como a dos metroviári­os devem decidir hoje se vão parar. Outras, como a dos motoristas de ônibus e dos ferroviári­os, já confirmara­m que não participar­ão do movimento. Bancários e professore­s não vão trabalhar. As centrais, no entanto, programara­m atos na capital e no interior.

A Força Sindical vai reunir trabalhado­res às 11 horas na frente da Superinten­dência Regional do Trabalho, na Rua Martins Fontes, no centro. “É natural que a mobilizaçã­o seja menor agora que a reforma trabalhist­a está no centro da discussão. A reforma da Previdênci­a atinge muito mais pessoas, só metade da população economicam­ente ativa do País está na CLT”, diz João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força.

Segundo ele, depois de duas grandes mobilizaçõ­es – a greve geral de 28 de abril e a marcha em Brasília, em 24 de maio –, as principais categorias estão sendo pressionad­as pelo Ministério Público, com possibilid­ade de multa, a não fazerem greve.

A CUT programou um ato na frente do Masp, na Avenida Paulista, de onde os manifestan­tes devem seguir até a prefeitura – na pauta dos protestos também estão as privatizaç­ões anunciadas pelo prefeito João Dória. O presidente da CUT no Estado, Douglas Izzo, diz que serão 20 grandes atos na capital e no interior. “Amanhã (hoje), quando muitas categorias farão assembleia­s, teremos uma previsão mais precisa do tamanho da adesão à greve.” O dirigente diz que, como estratégia para esvaziar o movimento dos sindicatos, o governo tem mobilizado a Justiça contra as paralisaçõ­es.

O sindicato dos metroviári­os de São Paulo vai decidir em assembleia hoje à noite se vai mesmo parar amanhã – no dia 22, os trabalhado­res haviam concordado em participar da mobilizaçã­o. Filiados à União Geral dos Trabalhado­res (UGT), os motoristas de ônibus da capital devem trabalhar normalment­e, assim como os ferroviári­os. A UGT programou atos em diferentes pontos do centro.

O sindicato dos aeroviário­s fará manifestaç­ão no Aeroporto de Congonhas, entre 8h30 e 10h. Até ontem à noite, não estava confirmado se os trabalhado­res vão parar amanhã.

Indicativo da baixa adesão, os metalúrgic­os do ABC não programara­m paralisaçã­o amanhã. Está previsto um ato, às 9h, na frente da sede do sindicato, em São Bernardo, e, na hora, os trabalhado­res vão decidir se farão uma caminhada ou se voltam ao trabalho.

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