Termina hoje prazo para interessados na Vigor
Termina hoje o período para que os interessados na Vigor Alimentos apresentem propostas não vinculantes pela empresa. Dependendo do resultado, as portas seguem abertas para compradores. A companhia e os bancos Bradesco BBI e Santander, que conduzem o processo e são credores do grupo J&F, tentam puxar o preço para cima. O valor esperado estaria entre R$ 6 bilhões a R$ 8 bilhões. Mas o dataroom da Vigor deixa a desejar. Tem informações limitadas e não inclui, por exemplo, dados sobre o passivo de Pis/Cofins, que normalmente impactam o resultado das empresas. A empresa argumenta que alguns detalhes serão conhecidos somente na etapa seguinte, de diligência. Bradesco e Santander não comentaram. Já a J&F não respondeu.
Na mira. Dentre os interessados na Vigor estão a multinacional francesa Lactalis, a mexicana Lala, que já tentou adquirir ativos no Brasil, a dinamarquesa Arla, que tem 8% de participação na Vigor, e a Danone. A J&F não comenta o assunto.
Me chama que eu vou. A demanda pelos papéis da Biotoscana, do Advent, superava em duas vezes a sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), na tarde de ontem, considerando o papel no piso da faixa indicativa, de R$ 24,50. O Brazilian Depositary Receipt (BDR) que será ofertado pela empresa é um valor mobiliário emitido no Brasil que representa outro título de companhias abertas com sede no exterior. No caso do Carrefour Brasil, a demanda pelas ações estava na metade da oferta, no piso da faixa prevista, de R$ 15,00.
Tamanho. A diferença de demanda entre os dois processos é explicada pelo tamanho das ofertas. A do Carrefour poderá movimentar R$ 4,45 bilhões, considerando a ação no piso e sem contar os lotes extras – ou seja, quase cinco vezes maior que a oferta da Biotoscana. Há mais três dias para investidores fazerem suas reservas, o que indica que a demanda ainda pode crescer. As operações serão precificadas na próxima terça-feira e a estreia na Bolsa brasileira está prevista para a quinta-feira. Procuradas, as empresas não comentaram.
Idem. O relator do caso Citi e Itaú Unibanco no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) é o mesmo conselheiro que cuidou da análise da criação do birô de crédito dos grandes bancos, a Gestora de Inteligência de Crédito (GIC). O nome de Paulo Burnier da Silveira foi escolhido na quarta-feira, por meio de sorteio. A GIC foi aprovada pelo Cade com restrições e o voto de Burnier foi seguido pelos demais conselheiros.
Disponível. A bandeira de cartões Elo está definitivamente aberta para outras adquirentes além da Cielo. A Rede, do Itaú Unibanco, e a GetNet, do Santander, fizeram ontem (13) as primeiras transações no modelo pleno com a bandeira. Na prática, além da captura, as credenciadoras também passam a responder pelo processamento e liquidação das operações, o que antes estava nas mãos só da Cielo. A Elo não comentou.
Enquanto isso... A inglesa Worldpay e o banco brasileiro Rendimento se uniram para começar a explorar o setor de adquirência no Brasil. Por ora, o objetivo é capturar transações das bandeiras Visa e MasterCard. Para isso, a Worldpay vai investir R$ 70 milhões até 2018. Metade do valor já vem neste ano.
Só faltava você. Atenta ao forte mercado agrícola brasileiro, o Agricultural Bank of China acaba de colocar o pé no País. A instituição financeira foi credenciada junto ao Banco Central (BC) para estabelecer representação no Brasil. A instituição, que é o último grande banco comercial chinês a desembarcar aqui, foi representada pelo escritório TozziniFreire. Com a chancela do BC, o chinês pode “fazer apenas contatos comerciais e transmitir informações de interesse da matriz ou de filiais no exterior”. Está “vedada a prática de operações privativas das instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil”.
Padrinho. O secretário executivo da Fazenda, Eduardo Guardia, liderou a escolha do advogado Marcelo Barbosa para assumir a presidência da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no lugar de Leonardo Pereira. Barbosa passou pelo crivo do Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que o entrevistou no dia 13 de abril. Ele foi escolhido para a CVM há cerca de dois meses. Guardia, na Fazenda desde junho do ano passado, foi diretor executivo da BM&FBovespa, agora B3, por seis anos.