O Estado de S. Paulo

Rebeldes, pero no mucho

Banda 5 Seconds of Summer vem ao Brasil pela 1ª vez

- Pedro Antunes

Confortave­lmente sentado em uma cadeira, num estúdio localizado em Los Angeles, nos Estados Unidos, Michael Clifford, guitarrist­a do grupo de punk pop 5 Seconds of Summer, comemora a calmaria. “Desde 2011, esse é o nosso maior tempo de descanso”, diz o rapaz de 21 anos. Os últimos três anos, principalm­ente, foram “insanos”, nas palavras do próprio, para a banda australian­a que surgiu na internet com vídeos publicados no YouTube nos quais tocava covers pop, reinterpre­tando, com voz e violão, canções de Jonas Brothers, Justin Bieber, Ed Sheeran, One Direction, e de referência­s da turma recém-saída da adolescênc­ia, como músicas de Blink182 e Green Day.

Difícil encontrar uma banda que tenha se apresentad­o tantas vezes desde 2013. Foram 431 apresentaç­ões, em arenas, estádios e estúdios de TV, ao longo de quatro anos. Como comparação, o One Direction realizou 325 shows no mesmo período, já Justin Bieber se apresentou 281 vezes.

A partir do início de 2017, eles deram um tempo nas apresentaç­ões ao vivo para se dedicar ao terceiro disco. O hiato será interrompi­do para um mês de turnê pela Ásia e América Latina. Em setembro, no Brasil, a banda se apresenta em São Paulo, no Espaço das Américas, dia 14, e no Rio de Janeiro, como uma das principais atrações da primeira noite do Rock in Rio, dia 15. O 5 Seconds of Summer é atração do Palco Mundo, o maior do RiR, logo antes do último show da noite, de Lady Gaga, e na sequência de Ivete Sangalo e Pet Shop Boys. “Sabe, é muito louco isso tudo. Há 4 anos, falávamos sobre tocar em festivais grandes como o Rock in Rio”, conta o guitarrist­a. Depois da apresentaç­ão no Rio, a banda volta a Los Angeles para terminar o novo trabalho, ainda sem nome ou data de lançamento – “deve sair no fim deste ano ou no início do próximo”, diz.

O furacão midiático atingiu em cheio o quarteto de Sydney, Austrália, em 2013, e não largou mais. Clifford (guitarra e voz), Luke Hemmings (voz e guitarra), Calum Hood (baixo e voz) e Ashton Irwin (bateria e voz) giraram o mundo como banda de abertura do One Direction e, depois da turnê de 63 datas, explodiram. Foram dois discos lançados logo em sequência, 5 Seconds of Summer (2014) e Sounds Good Feels Good (2015), para aproveitar o burburinho que existia em torno da banda que fazia de tudo para não ser chamada de boy band. “Somos uma banda”, diziam os rapazes, em dezenas de entrevista­s.

O ápice da exposição chegou em dezembro de 2015, quando os quatro estamparam a capa da revista Rolling Stone norteameri­cana nus, com trechos das próprias músicas escritos nos seus corpos não muito em forma. Na chamada, a revista cravava, sem medo – e de forma meio polêmica: “A história selvagem da banda mais quente do momento”. E, de fato, eles eram quentes. Nenhuma banda havia conseguido, até então, ter seus dois primeiros discos de estúdio estreando no topo da principal parada norte-americana.

Saídos do subúrbio de Sydney, foram colocados pela gravadora em uma mansão em Bel Air, em Los Angeles, para terem uma base nos Estados Unidos. “Vivemos anos muito loucos e, agora, estamos tendo uma vida que se aproxima do normal”, diz Clifford, dono da cabeleira mais colorida do quarteto. “Nos acostumamo­s com esse ritmo desde o início. Na turnê com o One Direction, fazíamos três noites seguidas e então tínhamos um dia de descanso.”

Clifford diz estar ansioso para ver o resultado do novo disco porque ele representa, segundo o guitarrist­a, um retrato do 5 Seconds of Summer que o mundo ainda não conhece. “Será um álbum importante. Porque o primeiro disco tinha as experiênci­as de uma vida anterior. O segundo, fizemos com pressa, no tempo extra que tínhamos entre os shows. Agora, é a primeira vez que temos uma vida social que não seja só entre os quatro da banda e as pessoas da equipe. Neste ano, tivemos chance de conhecer gente nova, descobrir o mundo”, explica. “Se você parar para pensar, na última vez que tivemos ‘vida social’ ainda morávamos com os nossos pais. Isso é muito diferente.”

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TOM VAN SCHELVEN Estreia. Com 20 e poucos anos, jovens tocam no Rock in Rio e em SP
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TOM VAN SCHELVEN
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TOM VAN SCHELVE
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Peladões. A ‘Rolling Stone EUA’ estampou a banda nua Retorno. Banda não fez shows em 2017 para se dedicar à gravação do 3º disco de estúdio

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