O Estado de S. Paulo

Na final de Wimbledon

Mineiro disputa hoje a final de duplas masculinas e pode dar ao Brasil o primeiro título em Wimbledon em 50 anos, desde Maria Esther Bueno em 1966

- Felipe Rosa Mendes

Em dupla com polonês Lukasz Kubot, brasileiro Marcelo Melo (ao fundo) tenta o título. Última tenista do País a levantar o troféu foi Maria Esther Bueno.

Marcelo Melo vai tentar encerrar hoje, às 12h30 (horário de Brasília), um jejum de 50 anos sem títulos do Brasil em Wimbledon. Na final de duplas masculinas, o mineiro quer repetir a conquista de Maria Esther Bueno, última tenista do País a levantar o troféu na grama de Londres. Foi em 1966, nas duplas. Desde então, os brasileiro­s só brilharam nas chaves juvenis.

Melo e o polonês Lukasz Kubot vão encarar na final o austríaco Oliver Marach e o croata Mate Pavic. Formando a dupla número 1 da temporada, são favoritos ao título. E não somente pela posição do ranking. Eles vêm embalados na curta temporada de grama, com os títulos em Hertogenbo­sch e Halle.

Além disso, cresceram ainda mais ao longo do Grand Slam britânico. Dos cinco jogos que venceram até a final, três foram em batalhas de cinco sets. A última delas, na semifinal, foi contra os cabeças de chave número 1, o finlandês Henri Kontinen e o australian­o John Peers, campeões do Aberto da Austrália.

“Ao longo destes jogos, mostramos que estamos muito bem, tanto na parte física como na mental, enfrentand­o cinco sets, partidas difíceis, muito equilibrad­as, exigindo foco e confiança”, diz Melo, que já garantiu o retorno ao topo do ranking individual de duplas.

A próxima meta é levantar o troféu do torneio de tênis mais tradiciona­l do mundo. “Falta mais um jogo para chegar ao sonho”, afirma o brasileiro, que bateu na trave em 2013, quando foi vice-campeão em Londres. Se confirmar o favoritism­o, Melo vai faturar o segundo título de Grand Slam, pois em 2015 foi campeão de Roland Garros.

O título coroaria a grande temporada de Melo e Kubot e confirmari­a a aposta do brasileiro ao mudar de parceiro no fim do ano passado. Após finalizar a dupla com o croata Ivan Dodig, com quem foi campeão em Paris, o mineiro apostou na regularida­de de Kubot, que já era Top 10 e campeão na Austrália.

A parceria precisou de seis torneios para engrenar. Eles sofreram derrotas em estreias e foram eliminados na segunda rodada do Rio Open, para decepção da torcida. Melo deu declaraçõe­s que sugeriam insatisfaç­ão com o novo parceiro, o que ele logo desmentiu.

Mas, a partir do Masters de Indian Wells, a dupla emplacou uma sequência de três finais, com dois títulos. Decepciona­ram em Roland Garros, porém reagiram na grama. Venceram os dois torneios preparatór­ios que disputaram e chegaram em alto nível em Wimbledon. Agora só falta uma vitória para a festa no templo do tênis mundial.

Final feminina. Antes da final de duplas, às 10 horas, a veterana Venus Williams entrará na quadra central para tentar manter a hegemonia da família em Wimbledon. Enquanto a irmã Serena segue afastada, grávida, a mais velha quer seu sexto troféu em Londres, o 13.º da família nas últimas 17 edições do torneio. Venus, de 37 anos, terá pela frente a espanhola Garbiñe Muguruza, de 23 e uma das estrelas da nova geração.

Ela chega à decisão pouco depois de se envolver em num acidente fatal de carro no início de junho. O caso ainda é investigad­o pela polícia da Flórida, nos EUA. Venus é suspeita de ter “furado” um semáforo, o que teria causado a batida e a morte de Jerome Barson, de 79 anos.

 ?? ATPWORLDTO­UR ??
ATPWORLDTO­UR
 ?? ATPWORLDTO­UR ?? Dia especial. Marcelo Melo (E) busca, em dupla com Lukasz Kubot, seu primeiro título do Grand Slam de Wimbledon
ATPWORLDTO­UR Dia especial. Marcelo Melo (E) busca, em dupla com Lukasz Kubot, seu primeiro título do Grand Slam de Wimbledon

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil