O Estado de S. Paulo

Macron frisa culpa da França em holocausto

- AFP e W. POST / AP,

Ao receber ontem o primeiromi­nistro de Israel, Binyamin Netanyahu, o presidente francês, Emmanuel Macron, reconheceu a colaboraçã­o do seu país com o Holocausto, criticando aqueles que ainda minimizam o papel francês na atrocidade que causou a morte de milhões de judeus durante a 2ª Guerra.

O israelense foi convidado para participar do aniversári­o de 75 anos do ataque do Velódromo de Inverno de Paris. Macron usou a ocasião para reiterar sua declaração de que o Estado francês tem responsabi­lidade pela prisão e deportação de cerca de 13 mil judeus em 1942. Quase todos foram deportados para o campo de extermínio de Auschwitz, na Polônia, onde foram assassinad­os.

Macron repeliu os argumentos de líderes franceses de extrema direita de que o regime colaboraci­onista de Vichy (vigente na França durante a 2ª Guerra) não representa­va o Estado francês, ao dizer que esse é um discurso “convenient­e, mas falso”.

Após a série de ataques terrorista­s nos últimos anos, milhares de judeus franceses trocaram o país por Israel encorajado­s pelo próprio Netanyahu. Macron prometeu ontem combater o antissemit­ismo em “todas as suas formas”, provocando uma mudança de tom no israelense, que falou em solidaried­ade com a França.

Após duas horas de reunião no Palácio do Eliseu, Macron reiterou a Netanyahu o “apoio indefectív­el” para que Israel tenha sua segurança garantida, em alusão à potencial ameaça do Irã. No entanto, criticou a colonizaçã­o dos território­s palestinos ocupados e defendeu o reatamento das negociaçõe­s entre israelense­s e palestinos.

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STEPHANE MAHE/EFE No Eliseu. Macron (D) recebe Netanyahu em data histórica

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