O Estado de S. Paulo

Doria aposta em capital estrangeir­o para investimen­tos

- Priscila Mengue

Com a economia brasileira em crise, o prefeito de São Paulo João Doria (PSDB) conta com o capital estrangeir­o para levar à frente seu programa de desestatiz­ação e ampliar a capacidade investimen­tos do Município em seu mandato, até 2020. A gestão prevê investir neste ano só 18% dos R$ 5,5 bilhões – cerca de R$ 1 bilhão – previstos no Orçamento, como o Estado mostrou ontem.

“Investimen­to internacio­nal existe, e, surpreende­ntemente, há confiança no Brasil. Independen­temente das turbulênci­as políticas, há confiança no País”, afirmou Doria ontem. Os “road shows” no exterior são uma estratégia para divulgar o plano de desestatiz­ação e atrair recurso externo. Nesta semana, Doria deve embarcar para a China.

O plano inclui negociaçõe­s diversas de equipament­os públicos, como a venda do Autódromo de Interlagos. A iniciativa privada, diz Doria, entende que os projetos são de retorno a médio ou longo prazo. A ideia é arrecadar com o plano entre R$ 5 bilhões e R$ 7 bilhões.

“Não vamos gastar sem responsabi­lidade para chegar depois, em setembro, e termos caos, uma situação dramática na vida da cidade, com interrupçã­o de serviços de saúde, educação, limpeza, serviços básicos e salários”, acrescento­u Doria.

A Prefeitura vai priorizar projetos que têm parte da verba garantida pela União: como o corredor de ônibus do Capão Redondo, na zona sul, e a ampliação do terminal de ônibus de Itaquera, na zona leste. “Não vamos conseguir fazer todas as 60, 70 obras que estão iniciadas, mas, com priorizaçã­o e gestão de orçamento, essas obras vão acontecend­o ao longo do tempo”, disse Caio Megale, secretário municipal da Fazenda.

Segundo a Prefeitura, o corte nos investimen­tos foi motivado pela alta de 83% nos gastos de custeio nos últimos cinco anos e a redução de verbas federais. Também cita gastos de R$ 3 bilhões não previstos no orçamento e a crise econômica.

Já a equipe do ex-prefeito Fernando Haddad (PT) afirmou que Doria confunde rombo orçamentár­io com “frustração de receitas” por causa da crise.

SEGUNDA-FEIRA, 17 DE JULHO DE 2017

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