Eike confirma carona a Cunha, mas nega favorecimentos
Empresário depôs como testemunha em processo no qual o deputado cassado e o operador Lúcio Funaro são réus
O empresário Eike Batista afirmou ontem à Justiça ter dado carona em um voo ao deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) de Brasília para o Rio após pedido de um executivo de suas empresas, mas negou ter ligações com o ex-presidente da Câmara.
“Ele (Cunha) embarcou, sentou numa poltrona atrás. Posso ter o cumprimentado, mas não tenho relação nenhuma, nenhum contato telefônico, não visito a casa dele, nem ele a minha”, disse o empresário em videoconferência à 10.ª Vara da Justiça Federal, em Brasília.
O fundador do Grupo X depôs como testemunha de defesa de Lúcio Funaro, no processo em que o operador e Cunha são réus. O depoimento de Eike, prestado na Justiça Federal do Rio e transmitido para o Distrito Federal, durou em torno de 15 minutos.
Eike também negou ter feito qualquer pagamento indevido para que sua empresa LLX Açú Operações Portuárias recebesse, em 2012, investimento de R$ 750 milhões do FI-FGTS, conforme indicado em delação premiada pelo ex-sócio de Funaro Alexandre Margotto.
Colaboração. O advogado do empresário, Fernando Martins, confirmou que o cliente tem colaborado com a Justiça, mas disse que, no momento, a informação de que Eike estaria delatando, revelada na sexta-feira pelo Estado/Broadcast, “não poderia ser prestada”.
Eike disse não conhecer Funaro e negou ter tido um encontro com ele em Nova York. “Posso ter esbarrado com ele em algum restaurante por acaso, mas não o conheço e não lembro de ter encontrado ele em Nova York.”
Na versão do delator, Funaro e Eike jantaram em Nova York. A reunião, supostamente revelada a Margotto por Funaro, teria sido intermediada por Joesley Batista, da holding J&F, que teria participado do encontro. Eike também afirmou não conhecer Margotto.